Seis pessoas receberam órgãos contaminados com o vírus HIV em procedimentos de transplante no Rio de Janeiro, levando a uma grave crise de saúde. A contaminação ocorreu devido a falhas nos exames realizados por um laboratório privado, que não identificou corretamente o vírus em doadores soropositivos. As irregularidades foram descobertas após uma inspeção, e o laboratório responsável foi interditado. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).
Os pacientes, que receberam transplantes de rins, fígado, coração e córnea, começaram a apresentar sintomas após os procedimentos. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) confirmou os diagnósticos de HIV em cinco dos seis receptores, sendo que o único paciente a testar negativo foi o receptor da córnea. Um dos pacientes, que recebeu um rim, faleceu logo após a cirurgia, embora já apresentasse um quadro de saúde debilitado antes da infecção.
A investigação revelou que o laboratório PCS Lab Saleme, contratado emergencialmente para o programa de transplantes, cometeu erros nas testagens de dois doadores, o que levou à liberação dos órgãos contaminados. Diante das falhas, o Ministério da Saúde, o Conselho Regional de Medicina (Cremerj), a Polícia Civil e o Ministério Público estão envolvidos na apuração do caso.
O laboratório foi imediatamente interditado pela Vigilância Sanitária e a Coordenadoria Estadual de Transplantes. A partir de então, o Hemorio assumiu a responsabilidade pelos exames dos doadores, enquanto o MPRJ conduz um inquérito civil para investigar as causas e responsabilidades pelo ocorrido.