Na manhã desta quarta-feira (09/10), a Polícia Federal, com apoio da Receita Federal, deflagrou a Operação Alcaçaria, visando desmantelar uma rede de operadores financeiros que atuam em favor de organizações criminosas em todo o país. A operação acontece em nove estados, com o cumprimento de 62 mandados de busca e apreensão, 10 de prisão preventiva e 3 de prisão temporária.
Além das prisões, a justiça decretou o sequestro de bens imóveis, veículos e o bloqueio de valores em contas bancárias das pessoas físicas e jurídicas investigadas. Durante as buscas, foi apreendida uma grande quantidade de gado em uma propriedade rural vinculada a um dos líderes da organização criminosa.
As investigações apontam que, ao longo de três anos, a organização movimentou cerca de R$ 1,2 bilhão por meio de empresas de fachada e sócios “laranjas”, com depósitos diários em agências bancárias de todo o Brasil. Parte dos valores foi convertida em criptoativos e enviada a carteiras no exterior, onde os criptoativos eram trocados por dólares para o pagamento de fornecedores de drogas e armas.
Os recursos foram usados em diversas aquisições, incluindo um imóvel de luxo em Itapema (SC) e o pagamento de cirurgias em hospitais de alto custo em São Paulo para cidadãos estrangeiros.
Além disso, a operação investiga a participação de outras empresas de fachada e exchanges de criptoativos que forneciam ativos virtuais para doleiros, responsáveis pela evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Essa prática é conhecida como “cripto-cabo”.
As apurações envolvem crimes como organização criminosa, lavagem de capitais, evasão de divisas, operação de instituição financeira ilegal e uso de documento falso.
Operação Privilege
No mesmo dia, foi deflagrada a Operação Privilege, pela FICCO/RS (Força-Tarefa de Combate ao Crime Organizado do Rio Grande do Sul), que tem quatro investigados em comum com a Operação Alcaçaria. A Privilege cumpre 13 mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão em três estados.