O julgamento de Paulo Cupertino, acusado de assassinar o ator Rafael Miguel e seus pais, teve um desdobramento conturbado após uma série de surtos do réu durante a audiência na última quinta-feira (10). O tribunal foi surpreendido pelo comportamento agressivo do acusado, que apresentou reações de descontrole, incluindo gritos e atos inesperados, como urinar na cela durante um intervalo. O incidente ocorreu após o depoimento de sua filha, Isabela Tibcherani, e levou à suspensão do julgamento por tempo indeterminado.
Momentos de tensão no tribunal marcaram o julgamento, que vinha sendo acompanhado de perto devido à brutalidade dos crimes de que Cupertino é acusado. A filha do réu, que era namorada de Rafael na época do assassinato, foi uma das testemunhas principais e pediu que seu pai não estivesse presente enquanto relatava os eventos, mas o pedido foi negado. Após seu depoimento, Cupertino teve um desentendimento com seu advogado, Alexander Neves Lopes, chegando a dispensá-lo durante um acesso de raiva. O impasse gerado obrigou o juiz a interromper a sessão para reestruturação da defesa.
Especialistas em saúde mental foram requisitados para avaliar o comportamento de Cupertino, que demonstrou sinais de forte instabilidade emocional. Além dos surtos no tribunal, ele também apresentou comportamentos erráticos enquanto esteve encarcerado, segundo relatos de guardas e outros detentos. Agora, a defesa precisará reformular sua estratégia, enquanto o tribunal decidirá se ele está apto para continuar respondendo pelo crime em julgamento.
O adiamento do processo trouxe frustração para a família de Rafael Miguel, que busca justiça desde o trágico assassinato em 2019. Na época, o jovem ator e seus pais foram mortos a tiros após tentarem conversar pacificamente com Cupertino sobre o relacionamento de Rafael com Isabela. A brutalidade do crime chocou o país e gerou grande comoção nacional, elevando as expectativas por uma conclusão justa do caso.
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