Homem é condenado a 82 anos por tentativa de homicídio contra seis agentes da Polícia Civil

Terminou na madrugada desta quarta-feira (16) o julgamento de Anderson Fernandes Lemos, acusado de tentar matar seis agentes da Polícia Civil em 2022, durante uma operação na Comarca de Rio Grande. Após 16 horas de julgamento, o réu foi condenado a 82 anos e 10 meses de prisão por seis tentativas de homicídio qualificado, sendo os crimes cometidos contra agentes de segurança no exercício de suas funções. A agente Laline Almeida Larratéa foi gravemente ferida, atingida na cabeça por um dos disparos.

A sentença foi lida pelo Juiz de Direito Bruno Barcellos de Almeida, no Salão do Júri do Foro de Rio Grande. Além da pena de reclusão em regime fechado, o magistrado determinou a expedição de mandado de prisão e fixou indenizações às vítimas: R$ 100 mil para Laline e R$ 20 mil para cada um dos demais agentes feridos. Cabe recurso da decisão.

Durante o julgamento, Laline prestou depoimento por videoconferência, relatando os impactos das lesões que sofreu, como perda de memória recente e dificuldades emocionais, afetando tanto suas relações pessoais quanto profissionais. Ela segue em tratamento neuropsicológico.

Acusação e defesa

Os Promotores de Justiça Fernando Gonzalez Tavares e Márcio Schlee Gomes apresentaram evidências contra Anderson, incluindo interceptações telefônicas que o ligam a conversas com traficantes sobre entrega de drogas. Durante o julgamento, Tavares destacou os efeitos duradouros do ferimento em Laline, enquanto Gomes lembrou que o réu já possuía antecedentes criminais e estava em prisão domiciliar no momento dos fatos.

A defesa, composta pelas advogadas Julieth Gonçalves dos Santos, Juliana Rocha Costa e o advogado Felype Prado Nascimento, argumentou que Anderson não tinha a intenção de matar os agentes. Ele teria confundido os policiais com criminosos que, segundo sua alegação, tentavam tomar sua casa para o tráfico de drogas. O réu afirmou que só disparou para se defender, interrompendo os tiros ao reconhecer a voz de um dos policiais.

A defesa pediu a desclassificação do crime para lesão corporal grave no caso de Laline e a absolvição nas outras cinco tentativas de homicídio. Contudo, o Conselho de Sentença rejeitou a tese da defesa, mantendo a condenação pelas tentativas de homicídio qualificado.

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