Cem tiros, drones abatidos e familiares mortos: a ação do atirador de Novo Hamburgo
O atirador Edson Fernando Crippa, de 45 anos, protagonizou uma ação violenta em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, que se estendeu por quase dez horas. O ataque começou na noite de terça-feira (22), por volta das 23h, e terminou na manhã de quarta-feira (23), quando Crippa foi encontrado morto dentro de sua residência na Rua Adolfo Jaeger, no bairro Ouro Branco.
Crippa manteve familiares como reféns e disparou mais de 100 tiros contra os policiais, resultando em três mortes, incluindo um policial militar (PM), além de seu pai e seu irmão. Outras nove pessoas ficaram feridas, sendo sete agentes de segurança. As paredes da casa ficaram crivadas de tiros, e dois drones da Brigada Militar foram abatidos durante a operação.
Crippa era registrado como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), possuindo três registros para armas de fogo pela Polícia Federal e pelo Exército. No entanto, apesar de estar legalmente autorizado a possuir armas, as autoridades revelaram que ele tinha histórico de esquizofrenia, com quatro internações. Ainda não se sabe se essas internações ocorreram antes ou depois da obtenção das armas.
Dentro da residência, foram encontradas duas pistolas (calibres 9 mm e .380) e duas carabinas, além de uma grande quantidade de munição. O chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, delegado Fernando Sodré, comparou a cena a um “cenário de guerra” em uma coletiva de imprensa.
O comandante-geral da Brigada Militar, Claudio Feoli, destacou a feroz resistência oferecida por Crippa durante a operação. “Em 34 anos de Brigada Militar, nunca presenciei uma ocorrência com tanta resistência”, afirmou. Segundo ele, Crippa disparou mais de cem tiros e possuía centenas de munições ainda intactas.
As vítimas fatais incluem o pai do atirador, Eugenio Crippa, de 74 anos; seu irmão, Everton Crippa, de 49 anos; e o policial militar Éverton Kirsch Júnior, de 31 anos. Além disso, a mãe de Crippa, Cleris Crippa, de 70 anos, e sua cunhada, Priscilla Martins, de 41 anos, estão em estado grave após serem baleadas e passaram por cirurgias de emergência.
A investigação segue em andamento para esclarecer todos os detalhes e motivação do ataque.