A Polícia Federal, em parceria com a Polícia Civil, Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Conselho Tutelar, prendeu em flagrante na última quarta-feira (17/09) o responsável por uma propriedade rural em Candelária, no Rio Grande do Sul, acusado de reduzir trabalhadores a condições análogas à escravidão.
A operação contou com a participação de diversos órgãos que atuam no combate ao trabalho escravo. No local, foram confirmadas as condições degradantes em que os trabalhadores viviam, e o proprietário foi encaminhado à sede da Polícia Federal em Santa Cruz do Sul para prestar depoimento.
As três vítimas trabalhavam na propriedade rural, recebiam um pagamento irrisório de R$ 200 por ano e eram obrigadas a permanecer no local devido a dívidas contraídas. As habitações eram precárias e havia impedimentos para que deixassem a área.
Após a operação, os trabalhadores resgatados foram acolhidos pela Assistência Social de Candelária. Diante do medo de represálias por parte do acusado, a Justiça Federal atendeu ao pedido da Polícia Federal e impôs uma medida cautelar para que o detido se abstenha de qualquer contato com as vítimas, sob pena de prisão preventiva.
Durante a ação, foram encontradas quatro armas de fogo (dois revólveres, um fuzil e uma espingarda) e 33 munições de calibre 38, sendo que uma das armas estava com a numeração suprimida. O acusado também foi indiciado por posse ilegal de armas de fogo, tanto de uso permitido quanto de uso restrito.
A investigação teve início após uma denúncia de violência doméstica e trabalho escravo apresentada à Polícia Civil de Candelária, o que levou à expedição de um mandado de busca e apreensão no local.