Governo federal calcula economia de R$ 400 milhões caso o horário de verão seja retomado

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) recomendou ao governo federal, na última semana, a volta do horário de verão em 2024. De acordo com o estudo elaborado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), essa medida pode gerar uma economia de R$ 400 milhões entre os meses de outubro e fevereiro, devido à menor demanda por energia.

O estudo revela que a adoção do horário de verão pode reduzir em até 2,9% a demanda máxima por eletricidade, o que favoreceria a diminuição do uso de usinas termelétricas, conhecidas por seu alto custo e impacto ambiental.

Especialistas apontam que essa economia pode beneficiar os consumidores, reduzindo o valor das contas de energia. Luiz Eduardo Barata, presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia e ex-diretor-geral do ONS, afirmou que, embora a economia possa parecer pequena diante do valor movimentado no setor, qualquer redução nos custos é positiva.

Pedro Moro, coordenador de estudos de mercado da consultoria Thymos Energia, estima que a economia de R$ 400 milhões represente entre 1% e 2% do custo total de energia no Brasil durante o período de novembro a fevereiro.

A economia esperada com a medida se deve, em grande parte, à redução no acionamento de termelétricas, que são ativadas fora da “ordem de mérito” e acabam sendo mais custosas para o sistema e para os consumidores.

O horário de verão foi suspenso em 2019 durante o governo de Jair Bolsonaro, quando sua eficácia em relação à economia de energia começou a ser questionada. No entanto, a medida volta ao debate em 2024, não só para economizar, mas também para aproveitar a maior incidência de luz solar e diminuir o uso de fontes energéticas mais poluentes e caras, como as termelétricas.

Caso a recomendação do CMSE seja aceita, os brasileiros poderão ver a mudança no horário a partir deste ano, trazendo alívio aos custos energéticos e ao impacto ambiental.

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