Desde agosto, São Paulo contabilizou 1.523 casos de síndrome respiratória aguda grave (Srag), com 76 mortes confirmadas, segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde. O aumento dos casos coincide com uma onda de queimadas que afeta o Brasil, especialmente após a pior seca já registrada no país. A qualidade do ar na capital paulista atingiu níveis alarmantes, sendo classificada como a pior entre 120 cidades do mundo no início de setembro, conforme o site IQAir.
Os incêndios florestais e a intensa poluição estão agravando os sintomas de pessoas com doenças respiratórias crônicas, como bronquite, asma e DPOC. Ricardo Martins, secretário-geral da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, alerta que a inalação de partículas provenientes das queimadas pode ser tão prejudicial quanto a exposição contínua ao cigarro, especialmente a longo prazo, podendo causar doenças crônicas. A população de São Paulo, particularmente crianças e idosos, está mais suscetível aos efeitos nocivos dessa poluição.
Os especialistas recomendam medidas para reduzir os impactos negativos na saúde, como o uso de umidificadores e soluções simples como toalhas úmidas e bacias de água em casa, visando combater a baixa umidade do ar. Entre os principais sintomas agravados pela poluição, destacam-se a falta de ar, secura na garganta e desconforto respiratório, especialmente em indivíduos com condições preexistentes.
A Secretaria de Saúde de São Paulo reforça a necessidade de manter cuidados de higiene e buscar atendimento médico em caso de sintomas respiratórios graves. Doenças como a síndrome respiratória aguda são de notificação obrigatória, sendo necessário que a população esteja atenta aos sinais, como dificuldade para respirar, pressão no peito e lábios azulados, e procure assistência médica imediatamente.