O governo federal anunciou um investimento de cerca de US$ 1,3 bilhão para a recuperação de pastagens degradadas e sua conversão em áreas agricultáveis. Os recursos, provenientes do Fundo Clima, serão destinados a pecuaristas por meio de uma linha de crédito com juros de até 6,5% ao ano e prazo de pagamento de dez anos. A captação internacional será feita pelo programa Eco Invest Brasil, que visa atrair investimentos voltados à transformação ecológica e minimizar variações cambiais.
De acordo com o Ministério da Agricultura, o programa faz parte das prioridades para dobrar a produção de alimentos sem abrir novas áreas de cultivo, com um forte compromisso com a sustentabilidade. A expectativa é que os produtores tenham acesso aos recursos até o final do ano. Aproximadamente 1 milhão de hectares serão recuperados, com o uso de práticas agrícolas de baixo carbono, como o plantio direto e o uso de bioinsumos, alinhando o aumento da produção à redução de emissões de gases de efeito estufa.
O projeto também contará com a parceria de instituições financeiras, que participarão de um leilão para oferecer financiamento aos produtores. O modelo financeiro, conhecido como “blended finance”, combina recursos públicos do Fundo Clima, gerido pelo BNDES, com investimentos privados. O Ministério da Agricultura, junto com a Embrapa, também está desenvolvendo uma normativa técnica para definir os critérios de produção que os produtores devem seguir para serem elegíveis ao financiamento.
Além disso, o governo busca atrair fundos internacionais, como o apoio da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jika), que se comprometeu a investir entre US$ 300 milhões e US$ 500 milhões no programa. Com um custo estimado de US$ 3 mil por hectare, o objetivo é converter 40 milhões de hectares em áreas produtivas ao longo de dez anos, totalizando um investimento de até US$ 120 bilhões.