A cidade de Porto Alegre enfrenta um aumento expressivo nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), superando os números do ano passado. Segundo dados divulgados pela Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS), até a 35ª semana epidemiológica, a capital contabilizou 1.913 hospitalizações por SRAG, uma alta de cerca de 18% em relação aos 1.616 casos registrados no mesmo período de 2023. Apesar desse crescimento, o número de óbitos relacionados a essas condições respiratórias é menor do que no ano anterior.
O aumento das doenças respiratórias tem causado lotação nas emergências dos hospitais de Porto Alegre, com destaque para o Pronto Atendimento do bairro Bom Jesus, onde a ocupação chegou a 400%. O Hospital de Clínicas e o Hospital São Lucas também apresentaram índices elevados de lotação, com ocupações superiores a 280%. Especialistas acreditam que a situação está sendo agravada por fatores como umidade e poluição, além de um possível efeito residual das enchentes recentes.
Entre os grupos mais vulneráveis, as crianças menores de um ano são as que apresentam a maior taxa de internação por SRAG, com 668 casos. Já as mortes afetam principalmente os idosos: pessoas entre 60 e 79 anos registram 44 óbitos, e aquelas com mais de 80 anos somam 34 mortes. O vírus Influenza também apresentou um aumento significativo nas hospitalizações e óbitos, com destaque para a cepa H3N2, responsável por 76,19% das mortes.
Por outro lado, as infecções por Covid-19 e Vírus Sincicial Respiratório (VSR) mostraram uma leve redução em comparação ao ano passado. Os casos de Covid-19 caíram de 294 para 157 em 2024, e os óbitos também diminuíram em 50%. O VSR, por sua vez, teve 532 internações em 2024, com crianças menores de um ano representando a maioria dos casos, mas o número de mortes permanece estável, com apenas dois óbitos registrados até o momento.