A barragem da represa de um condomínio de luxo, entre as cidades de Campo Grande e Jaraguari, no Mato Grosso do Sul, rompeu na manhã desta terça-feira (20). A água invadiu casas e parte da BR-163. A rodovia foi totalmente interditada perto do km 500. Não há informação sobre vítimas.
Três casas e outras propriedades rurais da região, que ficam abaixo do lago, foram afetadas pelo rompimento. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o condomínio não tinha certificado de vistoria atualizado.
A represa tem mais de 20 hectares de lâmina (área de abrangência da água) e fica no meio de aproximadamente 100 casas de luxo. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a barragem rompeu por volta das 9h30 (horário local). A Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou interdição total na pista. A corporação confirmou o rompimento e os danos na rodovia. O Corpo de Bombeiros foi acionado e confirmou que houve o rompimento da barragem. A equipe responsável por barragens da Defesa Civil foi até o local.
Os motoristas que trafegavam pela rodovia foram surpreendidos pelo volume de água que invadiu parte da pista. Rosane Ferreira Amorim, que passava pelo local, relatou que tudo foi extremamente rápido.
“Ouvi um barulho e, logo em seguida, a água já havia tomado conta do trecho da rodovia. A princípio, pensamos que poderia ser um caminhão com vazamento de combustível devido ao jorrar de água e à terra preta na pista. O ônibus parou, e não consegui ultrapassá-lo a tempo, sendo obrigado a parar atrás dele”, disse.
Barragem de represa em condomínio de luxo rompe em Campo Grande. — Foto: Reprodução
Barragem de represa em condomínio de luxo rompe em Campo Grande. — Foto: Reprodução
“A água desceu com muita força. Um caminhão à frente acelerou e todos conseguimos segurar nossos carros. Agora, há uma grande quantidade de água descendo e não temos certeza se foi uma barragem que estourou. Estamos a cerca de sete quilômetros de Campo Grande. Eu estava a caminho de Rio Verde, mas a situação na pista está complicada, com muitos caminhões e carros parados”, acrescentou.
A CCR MSVia, concessionária que administra a rodovia, informou que equipes operacionais foram ao local. Ainda conforme o comunicado, a concessionária afirmou que iniciou um plano de contingência para segurança na rodovia e apoio à população. Por volta das 13h45, a pista já seguia com um sistema de “pare e siga”. Assim, uma das faixas segue interditada, enquanto o tráfego flui da pista paralela, de forma alternada para os sentidos Norte e Sul. De acordo com a concessionária, o bloqueio parcial do trecho deve permanecer por, pelo menos, 24 horas.
Confira a nota do governo do Mato Grosso do Sul sobre a fatalidade
Equipes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) atuam conjuntamente desde a manhã desta terça-feira (20) na região do Condomínio Nasa Park, ao norte de Campo Grande, onde a barragem de um lago se rompeu e ocasionou um incidente que atingiu casas e veículos no entorno do lago, além da rodovia BR-163. A situação aconteceu por volta das 10h20.
Logo que informadas da situação, as três instituições iniciaram os devidos trabalhos. A Defesa Civil está monitorando o local e, junto aos Bombeiros, também está avaliando os danos causados pelo incidente, podendo adiantar que já foi identificada uma residência totalmente atingida pela água, além de danos parciais em duas estruturas de criação de animais.
Não há registro de mortes. PRF (Polícia Rodoviária Federal) e CCR MS Via estão realizando o controle do tráfego na BR-163, que está parcialmente interditada – ou seja, o fluxo acontece em apenas uma pista, tanto para veículos leves como para os mais pesados.
A Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) e o Detran (Departamento Estadual de Trânsito), junto às demais equipes atuantes no incidente, trabalham em rotas alternativas para o tráfego no local, que passa pelo uso da rodovia estadual MS-010. Devido às peculiaridades de cada estrada que leva à MS-010, a orientação é que veículos pesados sigam a rota pela MS-244, enquanto os veículos leves devem optar pelo desvio na MS-445.
Possíveis impactos ambientais também estão sendo levantados pelo Imasul, com apoio da Defesa Civil. Um sobrevoo com avião já foi realizado e drones também são usados para avaliar o caso. Também é analisado se o empreendimento está em conformidade com as legislações ambientais, de recursos hídricos e de segurança de barragens.
Fora isso, a Polícia Científica de Mato Grosso do Sul também já foi requisitada e enviou uma equipe composta por três peritos criminais do Núcleo de Engenharia Legal e Perícias Ambientais para o local. A equipe está no momento realizando os trabalhos de análise e investigação técnica para determinar as causas e consequências do incidente.
A população local está sendo informada pelos órgãos públicos que seguem na região para mitigar os efeitos do rompimento da barragem.
Com informações do Portal O Sul.