Uma análise de satélite revelou que o avião da Voepass, que caiu em Vinhedo, São Paulo, na última sexta-feira (9), voou por cerca de dez minutos em meio a condições meteorológicas extremamente adversas antes de sua queda. A aeronave, modelo ATR 72-500, enfrentou uma formação de gelo severa, o que pode ter contribuído para a perda de sustentação e consequente queda, resultando na morte de todas as 62 pessoas a bordo.
O estudo, realizado pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas, indicou que o avião atravessou uma zona crítica com nuvens em temperaturas abaixo de -40°C. Segundo o meteorologista Humberto Barbosa, coordenador do Lapis, a rota do voo passou por uma região de formação de gelo em altos níveis, além de ter sido afetada por um ciclone extratropical e fumaça de queimadas.
Esses fatores combinados criaram uma situação em que a água nas nuvens estava extremamente fria e líquida, mas ao entrar em contato com a aeronave, rapidamente se solidificou, comprometendo a aerodinâmica do avião. Ventos fortes de até 53 km/h também foram registrados, contribuindo para a instabilidade e tornando o voo ainda mais desafiador para a tripulação.
A investigação do acidente está sendo conduzida pelo Cenipa, órgão vinculado à Força Aérea Brasileira. A análise preliminar do áudio da cabine sugere que a aeronave perdeu altitude de forma repentina, mas ainda não é possível determinar com precisão as causas exatas do acidente.
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