Falsa veterinária não repassa dinheiro arrecadado para ajudar animais na enchente

A Polícia Civil de Novo Hamburgo investiga o destino de R$ 64 mil em doações arrecadadas para auxiliar animais resgatados das enchentes na região. As doações, que deveriam ter sido utilizadas para a compra de alimentos, medicamentos e castrações, foram gerenciadas por uma mulher que se passava por médica veterinária, mas que na verdade não possuía registro profissional.

A falsa veterinária, de 31 anos, havia sido contratada pela prefeitura para atuar em um abrigo de animais resgatados da enchente. Ela era responsável por administrar uma conta bancária para onde eram direcionadas as doações feitas pela população via Pix.

No entanto, após denúncias de falta de prestação de contas, a polícia instaurou um inquérito e interrogou a suspeita. Um relatório da investigação revelou que, entre 1º e 22 de junho, foram depositados R$ 64.430,11 na conta administrada pela mulher. Desse total, apenas R$ 18 mil foram resgatados pelos voluntários no dia em que a farsa foi descoberta.

Segundo a delegada Marina Goltz, responsável pelo caso, a suspeita concordou em transferir o valor resgatado para uma ONG indicada pelos organizadores da campanha de doações. A investigação ainda busca apurar o destino dos R$ 46 mil restantes.

Voluntários que acompanhavam de perto a situação dos animais no abrigo expressaram revolta com a falta de transparência e os riscos que os animais resgatados correram sob a tutela da falsa veterinária. Uma voluntária, que preferiu não se identificar, destacou que o valor arrecadado seria suficiente para comprar 8,6 mil quilos de ração ou realizar cerca de 294 castrações, procedimentos essenciais para o bem-estar dos animais.

O caso segue em investigação, e a falsa veterinária responde em liberdade. A Polícia Civil pede para que qualquer pessoa que tenha informações sobre o caso entre em contato com a delegacia.

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