Quatro anos após preocuparem os produtores gaúchos, os gafanhotos retornam à Argentina, levando o governo argentino a decretar emergência fitossanitária nesta sexta-feira (26).
Desde o final de fevereiro, a situação era monitorada sob um estado de alerta.
Embora já haja formação das chamadas nuvens de gafanhotos, não há evidências de migração iminente. As temperaturas mais amenas atualmente limitam a movimentação dos insetos.
No entanto, a elevada densidade populacional dos gafanhotos, apesar do controle de mais de mil focos, levou à decretação da emergência cinco meses após o alerta inicial.
O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina destacou que a emergência intensifica as medidas de monitoramento e controle, incluindo a aplicação de inseticidas.
A troca de decretos aumenta a rigidez das ações contra os gafanhotos.
Ricardo Felicetti, chefe do Departamento de Defesa Vegetal da Secretaria Estadual da Agricultura, explica a gravidade da situação:
“Uma emergência, em geral, é quando a situação já está posta, provável de haver dano ou prejuízo nesse sentido. A emergência, sim, é uma evolução do alerta.”
Apesar de não haver ainda o “fenótipo migratório” — estágio em que os insetos se tornam adultos e voam em busca de alimentos formando nuvens —, a elevada densidade populacional requer vigilância contínua.
Até agora, os gafanhotos foram identificados no noroeste argentino, nas províncias de Salta, Catamarca, La Rioja e Córdoba. A proximidade dessas áreas com o Rio Grande do Sul aumenta a preocupação dos produtores gaúchos.
- Clima e Monocultura: Nuvens de gafanhotos ocorrem em locais com clima quente e úmido e extensas áreas de monocultura.
- Migração: Quando adultos, os gafanhotos migram para novos territórios em busca de alimentos, formando as nuvens.
- Movimentação: Os insetos podem se mover até 150 km por dia.
- Impacto Econômico: A produção sujeita a risco na Argentina é estimada em US$ 3,7 bilhões, segundo o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
Produtores do Rio Grande do Sul permanecem em alerta, monitorando a situação de perto e aguardando diretrizes das autoridades para proteger suas plantações.
A cooperação entre os governos e entidades agrícolas é essencial para mitigar os riscos e evitar possíveis prejuízos econômicos.