Temporada 2024 do Meeting Paralímpico Loterias Caixa se encerra com participação de 6 mil atletas de todo o Brasil

Meeting Paralímpico Loterias Caixa de 2024, organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), chegou ao fim neste sábado, 22, com o último dia de competições da etapa de São Paulo. Neste ano, em uma edição inédita, o Meeting percorreu as 27 unidades federativas brasileiras e contou com a participação de 6.415 atletas de todo o país. A competição, iniciada em fevereiro nas cidades de Rio Branco (AC) e Porto Alegre (RS), foi encerrada com suas últimas provas realizadas desde a última quinta-feira, 20, no Centro de Treinamento Paralímpico, nas modalidades de atletismo, natação, halterofilismo, bocha, tiro com arco e tiro esportivo.

Com o término da etapa paulista do Meeting Paralímpico Loterias Caixa, o evento contou com atletas inscritos em disputas de alto rendimento e Seletivas Estaduais de competições como Paralimpíadas EscolaresParalimpíadas UniversitáriasParalimpíadas Militares e Intercentros (entre alunos dos Centros de Referência do CPB, projeto que aproveita espaços esportivos em estados de todas as regiões do país para oferecer modalidades paralímpicas, desde a iniciação até o alto rendimento).

Somente em São Paulo, 980 atletas de seis modalidades estiveram reunidos nas dependências do CT Paralímpico. As provas de atletismo e natação aconteceram nos três dias; o tiro esportivo somou-se às provas na sexta-feira, 21, enquanto o halterofilismo foi realizado na sexta-feira, 21, e sábado, 22. Por fim, o sábado também foi a oportunidade para os atletas da bocha e tiro com arco entrarem em ação. 

E, mesmo na última etapa do ano, a competição abriu as portas para participantes competirem pela primeira vez no CT Paralímpico. Dentre os atletas presentes neste último dia do evento, dois arqueiros com histórias semelhantes, mas objetivos diferentes no esporte, estiveram presentes nos duelos do tiro com arco. Os soldados Igor Agiani Silva e Luis Eduardo da Cunha dos Santos começaram a praticar a modalidade recentemente. 

Igor, 30 anos, que é cabo da Polícia Militar do Estado de São Paulo e teve o primeiro contato com o tiro com arco em julho de 2022 por meio do Programa Militar Paralímpico, do CPB. Oito meses depois, ele passou a integrar o clube LA Archery e competir efetivamente no alto rendimento. Antes disso, ele competia no tiro esportivo e, mesmo atuando há apenas dois anos como arqueiro, os resultados conquistados até aqui permitem que o atleta sonhe com os próximos passos na modalidade.

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“Meu foco são as etapas do Campeonato Brasileiro Paralímpico de tiro com arco e do Campeonato Paulista. Aqui no Meeting, o resultado foi feliz e dentro do que eu esperava. Então, tenho conversado muito com meus técnicos e acredito que no final deste ano vou conseguir chegar incomodando no Brasileiro e se tudo der certo, conquistar a vaga para a Seleção Brasileira”, destacou o atleta que teve uma lesão medular e ficou paraplégico. Dentro do Meeting, fez três séries (duas qualificatórias e uma de combate) com o arco composto, totalizando 140 pontos em cada uma delas.

Outro atleta que chegou ao tiro com arco recentemente foi o soldado reformado do Exército, Luiz Eduardo da Cunha dos Santos, 53 anos, que foi submetido à amputação de membro inferior. Morador do Rio de Janeiro, ele começou a treinar neste ano por convite de um amigo e viu no esporte uma forma de socialização. 

“Encontrei um clube [Bananeiras Arco Clube] que me apoiou deste o início e virei atleta de uma forma muito rápida. Eles me abraçaram e o que eu posso dizer é que isso salva vidas. Hoje, eu não penso tanto em competições ou na melhor pontuação, mas sim em relaxar, treinar, ter experiências e mais conhecimento. Depois de viver anos dentro de hospitais, eu estou aprendendo a viver através do esporte. Essa é a minha história!”, contou o atleta que sofreu um acidente em 1989, aos 18 anos, quando estava a serviço do Exército.

Desde então, Luiz Eduardo fez 16 cirurgias e, somente em 2012, foi submetido à amputação da perna esquerda, oriunda de uma osteomielite, infecção no osso causada por bactérias ou fungos. Neste ano, ele participou também de outras duas etapas do Meeting Paralímpico, em Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Atualmente, o atleta ainda representa o Bananeiras Arco Clube. 

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Em outro ponto do CT Paralímpico, o jovem Lucca Costa Garcia se mostrava ansioso pelas disputas na bocha. Carioca, ele se mudou com a família para São Paulo há cinco anos para frequentar a faculdade de Produção Musical. Hoje, já formado, ele cursa a segunda graduação em Marketing e alia as aulas à rotina de estágio e também dos treinos na Escola Paralímpica de Esportes, do CPB.

“No Rio, eu praticava bocha mais por hobbie, e aqui em São Paulo eu descobri o CPB e comecei a treinar semanalmente na Escolinha. O Meeting do ano passado foi a minha estreia em competições e, por isso, voltei esse ano. Mesmo que o resultado não tenha sido o melhor, estou feliz pela minha participação”, contou o jovem de 23 anos, atleta da classe BC4 (com deficiências severas, mas que não recebem assistência).

Ao todo, foram mais de 38 mil quilômetros rodados pelo país para a realização do Meeting Paralímpico neste ano. Divididos em competições, 3.148 atletas participaram das disputas de alto rendimento; 2.190 foram do nível Escolar, 431 do Programa Universitário, 389 do Programa Militar e 257 dos Intercentros. 

Além dos mais de 6 mil participantes, o Meeting Paralímpico de 2024 mobilizou uma equipe de 1.790 staffs, totalizando mais de 8 mil pessoas envolvidas na realização do evento. Outro destaque foi o número de classificações esportivas realizadas durante todas as etapas da temporada: 2.326, sendo que 1.637 foram realizadas em competidores que participaram pela primeira vez de uma competição paralímpica. A classificação é uma forma de categorização específica do Movimento Paralímpico. Ela determina quais atletas são elegíveis para competir e como eles são agrupados para a competição. Cada modalidade tem o seu próprio sistema de classificação. Tais sistemas de classificação são pautados no impacto da deficiência na ação da modalidade específica.

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Meeting Paralímpico em 2024

A temporada do Meeting Paralímpico Loterias Caixa de 2024 começou em fevereiro com etapas simultâneas em Porto Alegre (RS) e Rio Branco (AC). Posteriormente, o evento passou por Florianópolis (SC)Porto Velho (RO)Curitiba (PR)Cuiabá (MT)Salvador (BA)Campo Grande (MS)Goiânia (GO)Aracaju (SE)Recife (PE)Palmas (TO)Belo Horizonte (MG)João Pessoa (PB)Natal (RN)Vitória (ES), Rio de Janeiro (RJ)Fortaleza (CE)Boa Vista (RR)Teresina (PI)São Luís (MA)Manaus (AM)Macapá (AP) e Belém (PA). No último sábado, 15, foram realizadas as etapas de Pilar (AL) e Brasília (DF) antes da realização do evento na capital paulista neste final de semana.

Em 2024, além de competições de atletismo, natação e halterofilismo realizadas pela Diretoria de Esportes de Alto Rendimento (DEAR) do CPB, os Meetings também receberam etapas regionais de disputas organizadas pela Diretoria de Desenvolvimento Esportivo (DDE). Com isso, mais três novas modalidades entraram no programa da competição neste ano: bocha, tiro com arco e tiro esportivo.

O Meeting Paralímpico Loterias Caixa tem o objetivo de desenvolver o paradesporto em todo o território nacional, com a participação de novos talentos e atletas de elite. É idealizado e organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) desde 2021, como uma atualização dos tradicionais Circuitos Loterias Caixa, que já eram realizados desde 2005. Entre 2021 e 2023, reunia provas de atletismo, natação e halterofilismo, sendo que cada cidade sediava disputas de, pelo menos, uma dessas modalidades.

Patrocínios
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial do Meeting Paralímpico Loterias Caixa
As Loterias Caixa e a Braskem são as patrocinadoras oficiais do atletismo
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial da natação
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial da bocha
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial do tiro esportivo 

Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro

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