Semana terá subida de rios e novas enchentes no Rio Grande do Sul, afirma Metsul

A MetSul Meteorologia alerta que a semana que começa terá novas enchentes no Rio Grande do Sul, mas enfatizamos que menos graves que as observadas em maio. Com base no que já choveu e ainda vai chover, haverá cheias de rios devido aos elevados volumes de chuva que são registrados até agora na Metade Norte gaúcha que se somarão à chuva dos próximos dias.

Uma frente fria chegou durante o sábado ao estado gaúcho com chuva na maioria dos municípios. O sistema agora se torna semi-estacionário, uma vez que não progride pelo bloqueio atmosférico associado ao ar seco e quente no Centro do Brasil.

Chove desde ontem na Metade Norte do Rio Grande do Sul, mas, como era previsto, os volumes de precipitação são significativamente mais altos neste domingo na região do que ontem.

Os volumes de chuva apenas deste domingo vão superar os 100 mm em diferentes pontos da Metade Norte, especialmente numa faixa que estende entre o Planalto Médio, a Serra, os Campos de Cima da Serra e o Litoral Norte.

Os acumulados de chuva até o final da manhã deste domingo somavam nas rede oficial do Instituto Nacional de Meteorologia acumulados de 132 mm em Cambará do Sul, 113 mm em Serafina Corrêa, 94 mm em Canela, 92 mm em Torres, 79 mm em Bento Gonçalves, 76 mm em Cruz Alta, 75 mm em Ibirubá, 73 mm em Campo Bom, 66 mm em Tupanciretã, 56 mm em Vacaria e 55 mm em Rio Pardo.

Nas áreas de nascentes dos rios Taquari-Antas e Caí os acumulados de chuva até ao meio-dia deste domingo atingiam em estações automáticas particulares e do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden) volumes de 173 mm em Cambará do Sul e 96 mm em São Francisco de Paula.

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No Litoral Norte, os acumulados de precipitação por pontos de medição do Cemaden indicavam 107 mm em Morrinhos do Sul, 98 mm em Torres e 80 mm no município de Maquiné.

Os maiores volumes de chuva, assim, concentram-se desde ontem sobre a Serra Gaúcha e os Campos de Cima da Serra, com marcas de 100 mm a 150 mm em alguns pontos e que tendem a se elevar ainda mais.

A Serra Gaúcha e os Campos de Cima da Serra compreendem as regiões de nascentes e parte importante das bacias dos Rios Taquari-Antas, Caí e Paranhana (que desemboca no Rio dos Sinos).

As nascentes do Caí e do Taquari estão entre os municípios de São Francisco de Paula, Jaquirana, Cambará do Sul e São José dos Ausentes. Os dois rios recebem águas que caem na Serra e o dado de chuva volumosa acima de 100 mm de Serafina Corrêa, na parte mais a Oeste da bacia do Taquari, é também relevante para o nível do rio.

No Norte do estado, no Alto Jacuí, os acumulados de chuva até o meio-dia igualmente eram altos. Estações automáticas da Secretaria da Agricultura particulartes registravam 125 mm em Ilópolis, 123 mm em Arvorezinha, 96 mm em Cruz Alta, 91 mm em Salto do Jacuí e 83 mm em Victor Graeff. Estes acumulados próximos da nascente do Jacuí e que tendem a aumentar farão com que o rio suba.

Espera-se, portanto, uma elevação principalmente no curto e médio prazos mais dos rios que nascem no Nordeste do Rio Grande do Sul e que possuem resposta mais rápida pela declividade, casos do Taquari e Caí. Gravataí e Sinos, que nascem entre o Litoral Norte e a Serra, possuem resposta mais lenta assim como o Jacuí que percorre longa distância da nascente até o Centro do estado e a Grande Porto Alegre.

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MAIS CHUVA NOS PRÓXIMOS DIAS PREOCUPA
A chuva não vai se limitar a este fim de semana e a persistência da chuva por vários dias ainda é o que mais preocupa, como a MetSul Meteorologia repetidamente informa em seus boletins.

Os mapas abaixo mostram a projeção de chuva dia a dia do modelo meteorológico alemão Icon entre hoje e quinta-feira desta semana em que se observa como a chuva não deve deixar o Rio Grande do Sul tão cedo.

Os acumulados diários de chuva ao longo desta semana, exceção do Norte do estado hoje e amanhã, não devem ser altos. Embora a chuva ocorra com frequência, os volumes não serão altos na maioria dos dias. Esta é a diferença para o fim de abril e o começo de maio.

Destacamos que a chuva ao longo da semana não será constante. Haverá momentos de melhoria e sem precipitação. O tempo, contudo, não firma. A chuva para, há melhoria temporária e volta a chover. Esse cenário de chove, para por horas e volta a chover vai persistir na Metade Norte durante toda a semana.

SOMA DE VÁRIOS DIAS COM CHUVA TRARÁ VOLUMES MUITO ALTOS

Será a soma da sequência de vários dias com instabilidade e precipitação que fará com que os acumulados de precipitação sejam elevados e mesmo localmente excessivos. O mapa abaixo traz a projeção de chuva para cinco dias do modelo alemão Icon.

O indicativo da simulação computadorizada é de 100 mm a 200 mm em grande parte da Metade Norte gaúcha, mas com volumes superiores a 200 mm em alguns pontos. Já pela análise da MetSul, considerando todos os dadoa analisados, a chuva nesta semana pode atingir marcas de 250 mm a 300 mm ou mais em pontos principalmente dos Campos de Cima da Serra.

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Sob este cenário, os rios com maior potencial de elevação e a maioria com risco de cheia são Uruguai, Jacuí, Taquari, Sinos, Gravataí e Caí. Exceção do Uruguai, todos desaguam no delta e no Guaíba, junto a Porto Alegre. Por isso, o Guaíba subirá no decorrer dos próximos dias.

Apesar do indicativo de cheias em diferentes rios, enfatizamos com veemência que os níveis não atingirão as marcas observadas na primeira semana de maio. O que ocorreu no início de maio é o extremo do extremo, assim o parâmetro deve se dar pelas cheias que costumam ocorrer historicamente e, no caso, os níveis atingirão cotas de inundação em pontos principalmente dos vales, mas distantes dos picos do começo de maio.

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