Polícia Federal desmantela esquema de contrabando e lavagem de dinheiro envolvendo agente da PRF em Santana do Livramento

Em uma ação conjunta entre a Polícia Federal e a Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal, a Operação Departed foi deflagrada nesta terça-feira (11) em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. A operação teve como objetivo desarticular um esquema de contrabando e lavagem de dinheiro liderado por um policial rodoviário federal.

As investigações revelaram que o policial se utilizava de uma empresa familiar para receber propina e lavar dinheiro proveniente de suas atividades ilícitas. Durante a operação, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, além de ordens de indisponibilidade de bens que somam aproximadamente R$ 4,6 milhões. O policial também foi afastado do cargo por tempo indeterminado.

Modus operandi e crimes investigados

O policial suspeito atuava de diversas maneiras para facilitar o contrabando na região. Ele gerenciava ilegalmente um posto de gasolina e uma transportadora, que possivelmente eram utilizadas para se associar com contrabandistas. Além disso, há indícios de que o agente oferecia seus serviços de transporte para fornecer proteção e contrainteligência para carregamentos ilícitos.

As investigações também demonstraram que o policial participava ativamente dos carregamentos contrabandeados, fornecendo caminhões e realizando o transporte das mercadorias. Ele também fornecia informações sigilosas a seus clientes e promovia a liberação de seus veículos em abordagens e autuações.

Histórico de investigações e lavagem de dinheiro

O policial já havia sido alvo de outras investigações da Polícia Federal em Santana do Livramento. As operações “Fruto Proibido” e “Fauda”, deflagradas em 2022, revelaram a associação do agente a grupos criminosos envolvidos no contrabando.

As apurações também apontaram para a lavagem de R$ 3,8 milhões por meio das contas da empresa familiar do policial.

Crimes e próximos passos

O policial rodoviário federal responderá por diversos crimes, incluindo facilitação ao contrabando, corrupção ativa e passiva, advocacia administrativa, prevaricação, violação de sigilo funcional, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Além dos crimes de cunho penal, o agente também será investigado por diversos ilícitos funcionais pela Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal.

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