Empresas que contratam profissionais na faixa dos 60 anos no Brasil estão descobrindo o quanto a experiência desses trabalhadores pode agregar às equipes e aos negócios. A demanda por profissionais mais velhos virou uma tendência. Só no Espírito Santo, mais de 50 mil trabalhadores, entre 60 e 69 anos, têm emprego formal.
O interessante é que há um grande interesse em que esses profissionais atuem com inteligência artificial (IA). As empresas entendem que esses trabalhadores experientes possuem uma vasta bagagem linguística, que contribui para aprimorar os sistemas de IA, além de agregar cultura e aprendizado acumulado.
Em Brasília, redes de supermercados e lanchonetes locais mantêm processos seletivos abertos de forma permanente para atrair os profissionais sessentões. Os gerentes afirmam que eles são educados e pacientes com os clientes, o que fideliza a clientela e agrada ao público.
Inovação e Experiência
Empresas que contratam sessentões avaliam que a inovação deve ser associada à experiência e ao conhecimento. Só a tecnologia não agrega valor por si só.
Avaliações recentes mostram que as empresas perceberam que os profissionais mais velhos são mais fiéis aos valores organizacionais, prezam pela estabilidade e têm uma resiliência apreciada no mercado atual. Ao contrário do que se imaginava, a prática tem mostrado que muitos dos sessentões estão perfeitamente adaptados ao universo tecnológico, pois aprendem a lidar com os eletrônicos e a linguagem digital.
Conhecimento dos Sessentões
As empresas observaram que, apesar do custo mais alto desses profissionais devido à experiência, é possível negociar salários mais flexíveis. Há ainda a possibilidade de serem contratados como consultores ou membros de conselhos, aproveitando ao máximo seu conhecimento e experiência sem os custos de um empregado com registro em carteira, como FGTS, entre outros.
Existem empresas determinadas a desenvolver programas específicos para a diversidade, focados em profissionais 60+.
Combate ao Etarismo
Especialistas afirmam que esse é o caminho para combater o etarismo – o preconceito por idade – e mostrar na prática as mudanças que ocorrem no Brasil e no mundo. Atualmente, 26% da população brasileira tem mais de 50 anos e a idade mínima para aposentadoria é de 62 anos para mulheres e 65 para homens. E cá entre nós, os sessentões de hoje têm muita lenha para queimar ainda.