Caminhoneiro do RS enfrenta nevasca na Cordilheira dos Andes há 3 semanas: mortes, frio extremo e banhos gelados

Há três semanas, Rogério Ferri, um caminhoneiro de Osório, está imobilizado nas proximidades da fronteira entre Argentina e Chile, enfrentando uma nevasca intensa ao pé da Cordilheira dos Andes, as informações são do Portal Litoral Mania.

Ferri aguarda a melhoria nas condições de trafegabilidade para continuar sua viagem até Santiago, capital chilena.

Anteriormente, em maio, ele já havia enfrentado enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul.

Condições Adversas e Solidariedade

Caminhoneiro de Osório enfrenta nevasca na Cordilheira dos Andes há 3 semanas: mortes, frio extremo e banhos gelados
Caminhoneiro de Osório recebendo doações.

Desde o início do mês, Ferri está “preso” em uma estrada entre Mendoza, na Argentina, e Santiago.

Apesar da nevasca, ele comemora a recente melhora no tempo, restando 250 km até seu destino.

Assim como durante as enchentes, Ferri depende da ajuda de voluntários para se manter.

Pessoas da região têm doado alimentos, mas o frio severo continua sendo um desafio.

Infelizmente, um colega brasileiro de Santa Catarina faleceu após contrair pneumonia.

Mortes e Saúde Comprometida

Fernando Guccioni Sousa Vieira, caminhoneiro brasileiro, morreu de pneumonia após cinco dias internado.

Outro motorista chileno também faleceu de parada cardíaca e muitos outros caminhoneiros apresentam sintomas gripais devido às baixas temperaturas.

Desafios do Frio Extremo

Caminhoneiro de Osório enfrenta nevasca na Cordilheira dos Andes há 3 semanas: mortes, frio extremo e banhos gelados

Além do frio intenso, os caminhoneiros enfrentam dificuldades para realizar a higiene pessoal, pagando cerca de R$ 20 por um banho morno.

Banhos gratuitos são oferecidos, mas a água é extremamente gelada, sendo a única opção para muitos devido às dificuldades financeiras.

A baixa temperatura também afeta o carregamento de celulares, que se torna muito lento.

Emergência na Fronteira

Caminhoneiro de Osório enfrenta nevasca na Cordilheira dos Andes há 3 semanas: mortes, frio extremo e banhos gelados

Oficialmente, mais de 2.000 caminhões aguardam na província para seguir em direção ao Chile, conforme o protocolo de emergência para interrupções no trânsito binacional.

Em Uspallata, exames de saúde estão sendo realizados nos motoristas, com cerca de 300 atendidos sendo transferidos para o hospital de Luis Chrabalowski para exames adicionais.

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Abertura adiada

Caminhoneiro de Osório enfrenta nevasca na Cordilheira dos Andes há 3 semanas: mortes, frio extremo e banhos gelados

O esperado Passe Internacional Cristo Redentor não foi aberto neste sábado devido ao perigo de avalanche, decisão tomada pelas autoridades chilenas no último minuto.

Na sexta-feira, um grupo de motoristas se reuniu com as autoridades da Gendarmerie para solicitar melhorias na alfândega, onde enfrentam a falta de serviços básicos.

Segundo os caminhoneiros, a infraestrutura é inadequada, com apenas quatro banheiros para 800 pessoas, falta de água quente, coleta de lixo insuficiente e ausência de uma ambulância permanente.

Os caminhoneiros consideraram um corte de estrada como forma de protesto, mas optaram por fazer um pedido formal para evitar problemas maiores.

A seguir, a carta enviada ao Diretor da Fronteira Internacional, Just José Bascolo:


“Objeto: Condições Inaceitáveis na Alfândega de Uspallata
Data: 28 de Junho de 2024

Sr. Just José Bascolo
Diretor da Fronteira Internacional Passe Cristo Redentor
Alfândega de Uspallata, Província de Mendoza

Caro Sr. Bascolo,

Escrevo para apresentar uma queixa formal em nome dos condutores do Mercosul devido à falta de condições básicas para viver na estância aduaneira de Uspallata desde 13 de junho, após um corte temporário devido ao clima.

Desde então, os motoristas na alfândega têm suportado condições extremas e inaceitáveis. Entre os problemas mais sérios estão:

  1. Falta de instalações adequadas: Não há banheiros e chuveiros em condições de higiene adequadas.
  2. Água potável inadequada: O complexo possui apenas quatro torneiras de água de origem duvidosa, comprometendo nossa saúde.
  3. Problemas de saneamento: Estamos rodeados de lixo devido à falta de recipientes adequados, criando um ambiente insalubre.
  4. Falta de assistência médica: Não temos cuidados médicos suficientes para emergências.
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Estas deficiências violam gravemente nossos direitos humanos fundamentais e criam um ambiente de trabalho insustentável.

Exorto que sejam tomadas medidas imediatas para remediar esta situação, fornecendo as facilidades e os recursos necessários para garantir um ambiente digno e seguro para todos os condutores do Mercosul que trabalham na alfândega de Uspallata.

Agradeço antecipadamente sua atenção e espero uma resposta breve”.

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