Uma palometa (Serrasalmus maculatus), espécie de piranha, foi encontrada boiando na rua Cel. Bordini, no bairro Auxiliadora, em Porto Alegre, a mais de 5 km das águas do Rio Jacuí, de onde são originários os peixes do Guaíba.
A palometa estava próxima de uma das entradas de bueiro e aparentava estar sem vida.
O fenômeno não é incomum, segundo especialistas. O professor Fernando Becker, do Instituto de Biociências da UFRGS, destaca que a presença desses peixes nas águas que inundam as ruas da cidade é resultado da expansão das bacias hidrográficas nos últimos anos.
Becker tranquiliza a população, explicando que as palometas, embora possam morder eventualmente, não representam um risco fatal.
Ele ressalta que a densidade desses peixes na região deve ser baixa, devido à grande área alagada.
O biólogo Uwe Horst Schultz, da Unisinos, menciona que nunca houve registro de acidentes com palometa.
Ele explica que a migração desses peixes para outras regiões pode ocorrer devido à drenagem em canais de irrigação de lavouras, que acabam conectando diferentes bacias hidrográficas.
A presença da palometa em áreas não nativas, como a Bacia do Jacuí, Guaíba e Lagoa dos Patos, pode causar desequilíbrios ambientais e afetar a economia local.
Em General Câmara, por exemplo, a infestação desses peixes na Lagoa de Santo Amaro resultou em uma crise que afetou pescadores do município.