Ocorre nesta quarta-feira, 20 de março, no Fórum Central de Porto Alegre, o júri de três acusados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) por um duplo homicídio e três tentativas, todos qualificados, ocorridos em 2019. Os criminosos tinham como objetivo matar o motorista de um carro que trafegava pela avenida Carlos Barbosa, no bairro Medianeira.
O alvo dos réus conduzia um carro em que estavam mais quatro pessoas. Duas sobrevieram e outras duas morreram. Foram mortos a tiros o jogador da equipe sub-20 do São José-RS, Wesley Sampaio Soares, de 19 anos, e sua namorada, Sara Moreira de Oliveira, de 16 anos. O grupo saía de uma festa na Cidade Baixa e estava indo para a Restinga, na zona sul da Capital.
A promotora de Justiça Lúcia Helena Callegari irá atuar em plenário pelo MPRS. Segundo ela, “dois jovens foram mortos simplesmente porque estavam dentro de um carro, numa carona. Dois jovens sem qualquer envolvimento criminal, com suas vidas estruturadas. O crime deixou não só essas vítimas, mas todas as pessoas que o rodeiam com uma dor lastimável, uma dor enorme. E o MPRS estará lá, nesta quarta-feira, preparado para condenar os assassinos”.
JULGAMENTO
Os três réus respondem por duplo homicídio — e três tentativas — mediante as qualificadoras de recurso que dificultou a defesa das vítimas, pelo fato que os tiros atingiram as costas das pessoas, e que resultou em perigo comum, já que ocorreu em uma via de grande circulação de pessoas. Também há crimes conexos, como porte ilegal de armas, roubo e receptação de carro roubado, no caso, o veículo usado no crime. O julgamento será na 2ª Vara do Júri.
O CRIME
O crime ocorreu por volta das 6h do dia 21 de julho de 2019. Conforme a denúncia do MPRS, o trio, que já havia roubado um carro no dia anterior para executar a vítima, se aproveitou do fato de que o alvo iria sair de uma festa conduzindo um automóvel. Mesmo com outras pessoas dentro do veículo, eles atiraram no grupo durante o trajeto da Cidade Baixa para a Restinga. O motivo do crime seria uma desavença envolvendo tráfico de drogas, que resultou em um outro homicídio.
Pouco tempo depois do crime, os suspeitos foram presos pela polícia. Wesley e a namorada Sara foram mortos apenas pelo fato de estarem juntos com o alvo dos réus. Wesley, conhecido como Sampaio no São José, era lateral-direito e atuava na base do clube desde a categoria sub-12. Ele passou boa parte da vida entre a Restinga, onde morava, e o o bairro Passo d’Areia, onde treinava. Ele morava com dois irmãos mais novos, a mãe e os avós e ajudava, por meio do futebol, com as despesas da casa. No dia do sepultamente, vários pessoas foram ao cemitério vestindo a camisa do São José.