A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu manter a bandeira tarifária verde para o mês de março de 2024. Assim, os consumidores não terão cobrança adicional nas faturas de energia elétrica. As condições de geração de energia continuam favoráveis, como ocorre desde abril de 2022, há quase dois anos. A bandeira verde é válida para todos os consumidores do Sistema Interligado Nacional (SIN), malha de linhas de transmissão que leva energia elétrica das usinas aos consumidores.
Apesar da manutenção da bandeira verde, recentemente o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) demonstrou certa preocupação em relação ao atendimento de energia elétrica do país. O alerta surgiu por conta dos níveis dos reservatórios, somado ao baixo volume de chuvas. Além disso, o CMO (Custo Marginal de Operação) deixou o zero pela primeira vez desde dezembro de 2022. O valor médio no País alcançou a marca de R$ 0,06, que apesar de baixa foi a primeira movimentação em 14 meses.
Para José Marangon, doutor em engenharia elétrica, a mudança de bandeira tarifária pode ocorrer no segundo semestre, durante os meses de agosto ou setembro. “Os reservatórios estão saindo do verão um pouco baixos. Ainda há o final de fevereiro e março para chover. Estamos prevendo que para os meses de agosto e setembro haja uma mudança de bandeira, mas isso vai depender muito do comportamento da carga”, diz.
Criado em 2015, o mecanismo das bandeiras tarifárias tem o objetivo de propiciar transparência ao custo real da energia. Existem os seguintes tipos de bandeiras: verde, amarela ou vermelha com dois patamares. Antes, o custo da energia em momentos de mais dificuldades para geração era repassado às tarifas apenas no reajuste anual de cada empresa, com incidência de juros. No modelo atual, os recursos são cobrados e transferidos às distribuidoras mensalmente por meio da “conta Bandeiras”.