Indicadores de violência contra a mulher tiveram queda de 3,3% na microrregião de Veranópolis em 2023

Levantamento realizado pela reportagem da Studio analisou os dados de feminicídios, ameaça, estupro e lesão corporal dos últimos 10 anos

Dados disponibilizados pela Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP-RS) apontaram que, em 2023, os indicadores de violência contra a mulher tiveram redução de 3,38% nos municípios da microrregião de Veranópolis, que inclui Cotiporã, Fagundes Varela, Nova Prata e Vila Flores.

No compilado, são registrados os casos de feminicídio tentado e consumado, ameaça, estupro e lesão corporal contra mulheres. O levantamento realizado pela reportagem da Studio analisou os dados dos últimos 10 anos, no período entre 2013 e 2023.

Em 2023, Cotiporã registrou um caso de feminicídio consumado, enquanto Nova Prata registrou duas tentativas e um crime. Os demais municípios da microrregião não possuem registros de crimes contra à vida das mulheres no período. No total da década, são 17 tentativas e quatro feminicídios consumados. Fagundes Varela e Vila Flores não possuem nenhuma ocorrência do tipo.

No mesmo ano, Nova Prata registrou 65 casos de ameaças, contra 49 ocorrências em Veranópolis. Foram 123 registros no total da microrregião. Nos últimos 10 anos, o indicador totaliza 1.811 boletins de ocorrência, a maior ocorrência entre os crimes de violência contra a mulher.

Veranópolis foi o município da microrregião que mais teve registros de estupro em 2023. Foram quatro casos, somados aos três de Nova Prata e um em Fagundes Varela, totalizando oito casos oficializados. Desde 2013, os cinco municípios somados contam com 64 notificações de estupro.

Os indicadores de lesão corporal também são maiores em Veranópolis. Foram 41 ocorrências registradas em 2023, enquanto Nova Prata teve 33 registros. Cotiporã marcou nove casos, Vila Flores registrou sete e Fagundes Varela apenas três. O total é de 93 registros em 2023, o que representa 9,02% do total de 1.031 casos da década.

Comparativo

2017 foi o ano mais violento para as mulheres na microrregião. Foram 339 registros, das 2.927 totais da década, o que representa 11,58% das ocorrências da década.

Do total dos últimos dez anos, Nova Prata é o município que concentra o maior número de ocorrências de violência contra a mulher, com 1.370 registros, seguido por Veranópolis, com 1.269. Cotiporã contou com 144 chamados, enquanto Vila Flores teve 109, e Fagundes Varela apenas 35.

Governo gaúcho celebrou o ano mais seguro da história

Em coletiva de imprensa no início de janeiro, o governador Eduardo Leite apresentou os indicadores criminais de 2023, com a maior redução de crimes contra a vida da série histórica. O anúncio foi feito em coletiva realizada no Palácio Piratini, com a presença do governador Eduardo Leite e do secretário de Segurança Pública, Sandro Caron. Pela primeira vez, foram registradas menos de 2 mil vítimas, uma redução de 41,7% em comparação ao pico, em 2017.

Proteção às mulheres no Estado

Seis meses após a implementação da primeira tornozeleira eletrônica no âmbito do Programa de Monitoramento do Agressor, o Estado encerrou 2023 com redução de 21,6% no índice de feminicídio em comparação a 2022. O programa é a mais recente estratégia da Segurança Pública para proteger mulheres e incentivar vítimas de violência doméstica e familiar a denunciarem seus agressores. Até 11 de janeiro de 2024, 119 homens eram monitorados.

Além dessa estratégia pioneira no Brasil, o Estado conta com outras iniciativas para proteger mulheres vítimas de violência. As 81 Salas das Margaridas, as 114 cidades cobertas pela Patrulha Maria da Penha e a Delegacia Online da Mulher – espaço virtual específico para denúncias de violência doméstica – são algumas delas. Qualquer cidadão pode encaminhar informações pelo disque-denúncia (181) e pelo denúncia digital.

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