Semana de extremos terá calor acima de 45ºC, enchentes e tempestades
A semana que começa será marcada por extremos históricos no Brasil. Em um período já marcado por muitos extremos com o El Niño, esta semana será memorável em eventos meteorológicos com uma brutal onda de calor que trará temperaturas jamais vistas em parte do país enquanto o Sul sofrerá com tempestades e volumes excessivos de chuva com enchentes, as informações são da Metsul.
O calor será o grande protagonista da semana no Brasil. A temperatura vai alcançar marcas tão altas, mas tão altas, que a onda de calor se inserirá como um dos eventos mais extremos de temperatura já observados no território brasileiros desde os primeiros registros meteorológicos incipientes no século 19.
O calor foi extremo hoje e, acredito, vai aumentar muito mais. As máximas neste domingo em estações automáticas oficiais do Instituto Nacional de Meteorologia atingiram 40,5ºC no Paraná; 41,6ºC em São Paulo; 42,7ºC no Mato Grosso do Sul; 41,0ºC no Rio de Janeiro; 40,8ºC no Espírito Santo; 41,4ºC em Minas Gerais; 40,5ºC na Bahia; 40,8ºC em Goiás; e 40,4ºC no Mato Grosso.
O calor foi notável nas duas maiores cidades do país. Na cidade de São Paulo, o Instituto Nacional de Meteorologia registrou máximas de 36,7ºC no Mirante de Santana (zona Norte) e 37,3ºC em SESC-Interlagos (zona Sul). Na cidade do Rio de Janeiro, a máxima foi de 42,5ºC na estação de Irajá, do Alerta-Rio da prefeitura carioca.
O calor aumenta muito nesta semana no Centro do Brasil com máximas de 43ºC a 45ºC e isoladamente superiores. Capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Cuiabá, Campo Grande e Belo Horizonte podem ter as suas maiores máximas desde o começo dos registros há um século ou mais.
Serão vários dias com máximas extremas e com potencial de quebra de recordes. Os dados indicam a possibilidade de máximas de até 38ºC a 40ºC na capital paulista, o que seria recorde desde o começo dos registros em 1943, e de até 45ºC ou mais na cidade do Rio de Janeiro nas medições do Alerta Rio. Belo Horizonte, que jamais chegou a 39ºC, pode atingir ou passar dos 40ºC.
A MetSul insiste que se trata de um evento de calor histórico, singular e extraordinário que nesta semana vai reescrever a climatologia do Brasil com máximas sem precedentes e possibilidade de quebra do recorde nacional de calor de 44,8ºC, do Mato Grosso, no ano de 2020.
O calor extremo no Centro-Oeste e no Sudeste deve favorecer tempestades muito isoladas da tarde para a noite nas duas regiões com risco de chuva intensa e vendavais, alguns com potencial destrutivo localizado, ao longo da semana. Quando o calor atinge níveis como se prevê a atmosfera tende a liberar energia na forma de células isoladas de tempestade que, em alguns pontos, podem ser intensas e com danos.
Onde terá muita chuva e temporais nesta semana será no Sul do Brasil. A MetSul Meteorologia alerta que o quadro de enorme instabilidade permanece no Rio Grande do Sul na maior parte desta semana, trazendo muita água, especialmente na Metade Norte.
Uma massa de ar excepcionalmente quente no Centro-Oeste e no Sudeste bloqueia a instabilidade e chove muito na periferia da massa de ar superaquecida. A temperatura chegou a 38ºC no sábado e hoje no Noroeste do estado enquanto chovia nas demais regiões gaúchas.
Hoje à tarde, Herval, no Sul gaúcho, tinha 13ºC enquanto os termômetros marcavam 37ºC a 38ºC no Noroeste na mesma hora. Por isso, na transição entre ar mais quente e frio, choveu muito. Caso de Porto Alegre que apenas entre o meio-dia de sábado e o fim da tarde deste domingo acumulou 120 mm, quando a média histórica do mês inteiro é de 105 mm.
A MetSul adverte que a tendência é de chuva em grande parte desta semana no Sul do Brasil com acumulados excessivos a localmente extremos com marcas entre 100 mm e 200 mm em um grande número de cidades e registros de 200 mm a 300 mm, isoladamente superiores de 300 mm a 400 mm, em pontos entre a Metade Norte gaúcha e Santa Catarina.
Devem ser esperados temporais isolados de vento e granizo. A chuva excessiva deve trazer inundações e cheias de rios com enchentes. É alto o risco também de quedas de barreiras e deslizamentos. No decorrer da semana, a chuva mais volumosa migra mais para Norte e atinge principalmente o Norte gaúcho e o estado de Santa Catarina, além do Sudoeste do Paraná