Pesquisa da FIERGS projeta queda na demanda da indústria nos próximos meses

Sondagem Industrial mostra aumento da produção, mas excesso de estoques

A Sondagem Industrial do RS de outubro, divulgada nesta segunda-feira (27) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), mostra que o setor continua a enfrentar grandes dificuldades. Apesar de os empresários gaúchos descreverem um quadro de aumento da produção, há um impacto negativo com queda do emprego, crescimento da ociosidade e excesso de estoques. “A pesquisa constata a volta do pessimismo em relação à demanda futura, fato que, combinado com o acúmulo de estoques, é um sinal bastante desfavorável para a indústria gaúcha nos próximos meses”, diz o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.

O índice de produção industrial atingiu 51,5 pontos, o que indica aumento da produção em relação ao mês anterior (43,6). Porém, o valor ficou abaixo da média histórica do mês, de 52,7 pontos, mostrando que a expansão era esperada, mas o ritmo ficou aquém do padrão. Já o emprego caiu pelo 13º mês consecutivo em outubro. O índice do mês foi de 48,7 pontos, revelando queda. Embora ela seja menor que a de setembro, quando alcançou 47,7 pontos, é mais intensa do que a esperada para o mês, cuja média histórica é de 49,4. Os dois índices variam de zero a cem pontos. Acima de 50 indicam aumento das variáveis em relação ao mês anterior e, abaixo, queda.

Situação semelhante ocorre com a utilização da capacidade instalada (UCI). Embora tenha subido dois pontos percentuais entre setembro e outubro, de 69% para 71%, ainda assim é inferior ao grau médio de 72,3% que a indústria opera historicamente no mês. Os empresários gaúchos também consideram a UCI de outubro abaixo do padrão: o índice de UCI usual atingiu 42,7 e valores inferiores a 50 pontos indicam que ela está aquém do normal no mês.

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Os estoques de produtos finais cresceram e continuaram em níveis excessivos na indústria gaúcha em outubro. Valores maiores que 50 pontos revelam estoques acima do esperado pelas empresas, e o índice de evolução, em 50,8, aponta elevação na comparação com setembro. Já o índice em relação ao planejado alcançou 53,4 pontos no mês passado.

EXPECTATIVAS – O pequeno otimismo que predominou durante o ano em relação às expectativas dos empresários gaúchos para os próximos seis meses, acabou definitivamente no levantamento realizado entre 1º e 13 de novembro com 187 empresas (48 pequenas, 64 médias e 75 grandes). Todos os índices caíram intensamente em relação a outubro e ficaram abaixo dos 50 pontos. Isso significa que os empresários gaúchos passam a projetar queda para a demanda (o índice recuou de 51,5 para 47 pontos), inclusive para as exportações (de 51,5 para 45,5). Nesse cenário, as empresas pretendem reduzir o emprego – o índice caiu de 49,6 para 47,3 pontos – e as compras de matérias-primas – de 50,3 para 46,5 pontos.

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