Em um desdobramento triste, o segundo indivíduo a receber um coração de porco geneticamente modificado em um transplante perdeu a vida após seis semanas da operação. Isso ocorreu aproximadamente um ano e meio após o óbito do primeiro paciente submetido a essa intervenção médica, conforme relatado pelo centro médico dos Estados Unidos que conduziu o procedimento.
Lawrence Faucette, com a idade de 58 anos, enfrentava uma doença cardíaca avançada que o desqualificava para um transplante de coração humano. Nesse contexto, o transplante de coração suíno foi identificado como sua única alternativa viável, como divulgado por um comunicado emitido pela Universidade de Maryland nos Estados Unidos, no dia 31 de outubro.
O cirurgião que conduziu a cirurgia lamentou profundamente a perda de Faucette, destacando sua notável trajetória como paciente, cientista, veterano da Marinha e pai de família, cujo desejo principal era desfrutar de mais tempo ao lado de sua esposa, filhos e familiares.
Embora o órgão transplantado tenha inicialmente demonstrado eficácia, o paciente manifestou sinais de rejeição nos últimos dias, conforme indicado pela Universidade de Maryland. Vale lembrar que em janeiro de 2022, a mesma instituição realizou o pioneiro transplante de coração de porco geneticamente modificado para um ser humano, suscitando grandes esperanças na perspectiva de enfrentar a escassez de órgãos disponíveis para doação. Atualmente, mais de 100 mil americanos aguardam na lista de espera por um transplante.
Os xenotransplantes, que envolvem a transferência de órgãos de animais para seres humanos, representam um desafio substancial devido à tendência do sistema imunológico do receptor em rejeitar o órgão estranho. Para mitigar esse risco, os órgãos de porcos passam por modificações genéticas.
Os suínos são frequentemente considerados doadores ideais devido ao tamanho de seus órgãos, crescimento rápido e grandes ninhadas. Recentemente, foram realizados com sucesso transplantes de rins de porcos geneticamente modificados em pacientes com morte cerebral. Em setembro, o Instituto de Transplantes do Hospital Langone da Universidade de Nova York divulgou que um rim de porco transplantado em um paciente com morte cerebral permaneceu funcional por um período notável de 61 dias.