Secretária do Meio Ambiente do RS descarta influência de barragens na enchente do Vale do Taquari

A secretária estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, descartou neste domingo (10) a influência das barragens da Companhia Energética Rio das Antas (Ceran) no Rio Taquari na enchente que atingiu o Vale do Taquari nos dias 4 e 5 de setembro.

Em entrevista à Rádio Independente, a lajeadense afirmou que o volume de água era tão grande que a água passava por cima das barragens, que inclusive, não têm comportas.

“A gente monitorou as três barragens, durante a subida do rio”, disse Marjorie. “O volume de água era tão grande que passava por cima das barragens. Não há evidências de que as barragens tenham influenciado na enchente.”

A titular do Meio Ambiente estadual relata que a Usina Castro Alves, em Nova Roma do Sul, opera com 160/200m³ por segundo e, na noite de segunda-feira (4) recebeu 9.900m³ por segundo, 50 vezes mais do que o normal.

“É um quantitativo absurdo. O que nós tivemos foi uma oferta incrível de água”, menciona.

A Usina Monte Claro, entre Veranópolis e Bento Gonçalves, teve seu pico em 14.800m³, quase 12,7 vezes mais do que os atuais 1.160m³ e na Usina 14 de Julho, entre Cotiporã e Bento Gonçalves, chegou a 15.200m³, 13,1 vezes acima dos atuais 1.160m³.

A secretária ressalta que a média de chuva por ano no RS é de 1,5 mil mm. “Em alguns municípios do norte choveu 400mm em 48h. Isso é muita coisa”, frisa. Segundo ela o principal fator não está sendo considerado.

“Essa oferta anormal de novos eventos que estão acontecendo cada vez com mais frequência e maior intensidade. É a mudança climática” destaca.

A enchente do Vale do Taquari foi a segunda maior da história da região, deixando mais de 1.000 famílias desabrigadas e causando danos materiais de grande monta.

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