Nuvem prateleira se formou na região e fez dia virar noite, dizem meteorologistas
Uma enorme nuvem de tempestade avançou sobre a cidade de Veranópolis e toda a região da Serra Gaúcha, nesta sexta-feira (23). O fenômeno, que foi registrado em vídeos e fotos, causou a escuridão no meio do dia e rajadas de vento de até 86 km/h.
A enorme nuvem do tipo prateleira, um Cumulunimbus, com nuvens baixas na sua parte frontal e condensação, avança sobre a área urbana da cidade e confere o aspecto de a cidade ter sido “engolida” pela nuvem, com a chegada da nuvem, a visibilidade reduziu-se muito rapidamente e o dia virou “noite”.
A estação meteorológica automática do Instituto Nacional de Meteorologia na cidade de Bento Gonçalves, perto de Caxias do Sul, registrou rajadas de vento de até 86 km/h na chegada da nuvem de tempestade à região da Serra Gaúcha.
Essas nuvens do tipo Cumulounimbus, que podem atingir enormes alturas, de dez a vinte quilômetros, podem ser densas o suficiente para bloquear a luz solar até certo ponto, causando um efeito de escurecimento do céu e o aspecto de noite em pleno dia. No entanto, o nível de escuridão experimentado durante uma tempestade não é equivalente às condições noturnas.
O fenômeno foi causado pelo deslocamento de um sistema de tempestades com nuvens muito carregadas a partir do Oeste e do Sul gaúcho para o Centro do estado e na sequência para o Nordeste do território gaúcho, alcançando a Serra depois de passar pelos vales.
Uma bolha de ar excepcionalmente quente entre o Paraguai e o Centro-Oeste do Brasil, que trouxe calor de 44,5ºC ontem no Paraguai e 41,8ºC em Cuiabá (MT), alcança o Oeste e o Norte gaúcho. Este ar quente avança para o Rio Grande do Sul e o Noroeste gaúcho deve ter máximas de 36ºC a 39ºC neste sábado.
Uma vez que estas nuvens carregadas se formam numa atmosfera mais aquecida, cresce o potencial para tempo severo. Quanto mais quente a atmosfera, maior o risco de temporais. O ar quente que avança para o Oeste e o Norte gaúcho garante a energia para a formação de tempestades onde está a transição para ar mais frio, no Centro e em especial no Sul e no Leste do Rio Grande do Sul, o que inclui a Serra.