Inexplicavel! Vazão da água no Rio das Antas superou estimativa de recorrência de dez mil anos

A enchente do Rio das Antas que atingiu os vales do Taquari no Rio Grande do Sul no início deste mês foi um evento climático de proporções gigantescas, com vazões que superaram as estimativas mais pessimistas.

A UHE Castro Alves, mantida pela CERAN (Companhia Energética Rio das Antas), tem uma vazão média de longo período de 162 metros cúbicos por segundo. Já a chamada vazão decamilenar (10 mil anos) estimada por complexos cálculos de engenharia é de 9.011 metros cúbicos por segundo.

Na segunda-feira (4/9), a UHE Castro Alves teve vazão afluente registrada de 9.783 metros cúbicos por segundo às 18h.

Essa vazão afluente espantosa do fim da tarde de segunda-feira, portanto, ficou acima da vazão decamilenar projetada.

A vazão decamilenar é aquela cujo período de retorno ou tempo de recorrência (TR) estimado de 10.000 anos. Isso significa que, em teoria, o valor pode ser igualado ou superado a cada dez mil anos, pelas estimativas de probabilidade. A probabilidade de ocorrência deste evento é igual ao inverso do TR, ou seja, 0,01%.

Não significa que choveu ou equivalente a dez mil anos ou que há dez mil anos já havia registro de chuva, mas que a vazão alcançada atingiu o que a Engenharia estimava poderia ocorrer com um período de retorno de cada dez mil anos.

Os acumulados extraordinários de chuva em curto período nas nascentes do sistema Taquari-Antas somados aos volumes enormes de chuva ao longo de toda a bacia com córregos e pequenos rios que desembocam no rio, e ainda as características de calha do Antas e do Taquari entre morros na Serra, acelerou enormemente as águas até desembocar nos vales, levando às enchentes repentinas e catastróficas por onde passava o rio.

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Tratou-se, assim, de um fenômeno singular e de muito difícil ocorrência de precipitação que gerou vazão acima das estimativas mais pessimistas.

A Companhia Energética Rio das Antas (Ceran) divulgou nota oficial informando que as usinas no Rio da Antas possuem um tipo de vertedouro que não têm capacidade de regular o fluxo de água do rio e que as barragens não conseguem reduzir a enorme vazão, considerada a maior desde a construção das usinas.

A tragédia causou dezenas de mortes e um número elevado de desaparecidos. As cidades mais afetadas foram Porto Alegre, Caxias do Sul, Passo Fundo, Santa Maria e Santa Cruz do Sul.

O governo do Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública em 13 municípios.

Ainda não há estimativas dos prejuízos causados pela enchente.

Com informações da Metsul

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