O Índice de Confiança do Empresário Industrial gaúcho (ICEI-RS) de agosto, divulgado nesta terça-feira (22) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), manteve a trajetória de recuperação no mês e mostrou pequeno avanço, de 0,9 ponto em relação a julho, aumentando para 49,9 pontos. Praticamente sobre a marca de 50, um ponto neutro, não indica a falta nem a presença de confiança. Desde junho, o ICEI-RS cresceu 3,7 pontos, mas ainda está distante de recuperar a queda acumulada de 13 pontos nos últimos dez meses. Ainda assim, o índice atingiu o maior nível desde outubro de 2022. “A confiança da indústria gaúcha caiu no final do ano passado, até atingir a mínima em fevereiro de 2023, quando começou um processo mais de acomodação do que de recuperação, relacionado ao alívio do cenário com a queda da inflação, à menor incerteza, e, agora, à redução da taxa de juros e a tendência de continuidade do ciclo de cortes”, afirma o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.
Apesar disso, o ICEI-RS continua em patamar baixo em agosto, associado à conjuntura desfavorável que combina reduzidos níveis de demanda doméstica e externa, com juros ainda elevados. Do ponto de vista de seus componentes, a expansão do ICEI-RS em agosto ocorreu devido à melhora relativa nas avaliações dos empresários sobre as condições atuais, cujo índice atingiu 44,8 pontos, 2,3 acima do mês anterior. É o maior valor desde janeiro desse ano, decorrente do terceiro aumento seguido (+4,8 pontos). Porém, o índice, que varia de zero a cem, continua abaixo de 50, denotando piora nas condições atuais dos negócios, avaliação negativa que começou em dezembro de 2022.
Entre os componentes, o maior crescimento de agosto em relação a julho foi no Índice de Condições da Economia Brasileira: subiu quatro pontos e atingiu 41,9, mantendo a tendência dos últimos três meses de atenuação no cenário negativo. A parcela de empresários gaúchos que percebe uma deterioração do cenário econômico brasileiro caiu de 50%, em julho, para 39,7%, em agosto, ante aumento dos percentuais das empresas que percebem melhora, de 7,9% para 12,6%, ou não vêm mudanças, de 42,1% para 47,7%. Também as condições atuais das empresas ficaram menos desfavoráveis, com o índice de 44,8 pulando para 46,4 pontos.
PERSPECTIVAS – As perspectivas dos empresários gaúchos para os próximos seis meses pouco mudaram na passagem de julho para agosto, permanecendo no otimismo contido, com o Índice de Expectativa oscilando de 52,3 para 52,5 pontos: acima, mas perto dos 50 pontos, e abaixo e distante da média histórica de 57,1. A visão positiva segue restrita ao futuro próximo da empresa: o Índice de Expectativas da Empresa variou de 55,8 para 55,2 pontos.
O Índice de Expectativas da Economia Brasileira cresceu de 45,4, em julho, para 47,2 pontos, em agosto, e revela que o pessimismo continua, ainda que menor. A proporção de empresários pessimistas caiu no período, de 31,6% para 25,6%, mas continua acima da parcela de otimistas, que subiu de 12,6% para 19,1%. O percentual que não espera alterações aumentou de 51,6% para 55,3%.
Segundo o presidente da FIERGS, os resultados indicam que a indústria gaúcha não deve alterar, nos próximos meses, o comportamento atual de alta volatilidade e baixo dinamismo. O componente das expectativas dos empresários, apesar da melhora recente, tem se mantido em patamares modestos.
A pesquisa foi realizada de 1º a 9 de agosto com 200 empresas, sendo 45 pequenas, 66 médias e 89 grandes.