Brasil busca medalha com time feminino no encerramento do Mundial de halterofilismo de Dubai

A Seleção Brasileira de halterofilismo paralímpico disputa sua última medalha no Campeonato Mundial de Dubai nesta quarta-feira, 30, dia em que o país fará sua primeira apresentação com um time feminino na história da competição.

O Brasil faz a sua melhor campanha na história dos Mundiais de halterofilismo, com uma medalha de ouro conquistada pela paulista Mariana D’Andrea e uma de bronze, da mineira Lara Lima, atleta que também obteve um ouro na categoria Junior.

Na disputa do time feminino, o país será representado por suas medalhistas desta edição do Mundial, Mariana e Lara, ao lado da carioca Tayana Medeiros, que busca recuperação na competição após uma apresentação sem movimentos válidos na sexta-feira, 25.

O Campeonato nos Emirados Árabes começou na última terça-feira, 22, e vai até esta quarta-feira, 30, no hotel Hilton Habtoor City, onde as delegações estão hospedadas. O evento conta com 495 atletas de 78 países. A Seleção Brasileira se faz presente com 23 atletas de 12 unidades federativas (AM, BA, MG, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RS, SC e SP).

O Brasil será um dos dez países na disputa do time feminino. As equipes serão divididas em dois grupos, sendo que a Seleção Brasileira está no B, ao lado de China, Tailândia, Colômbia e México B (o país virá com dois times). Após a fase de grupos, na qual as duas melhores seleções de cada chave avançam, haverá as semifinais e a decisão. 

Na prova por equipes, cada uma das três halterofilistas realiza apenas um movimento. O resultado final é a soma do valor levantado por elas, sendo que é usada uma fórmula que dá maior peso aos movimentos realizados por atletas de categorias mais leves, para que as performances sejam equivalentes na composição do resultado final. Lara compete pela categoria até 41 kg, Mariana, 79 kg, e Tayana, até 86kg.

Principal adversária na competição, a China participará da disputa com três atletas da elite da modalidade. Formarão o time asiático Guo Lingling, que chegou a Dubai como recordista mundial na categoria até 45 kg, com 118 kg levantados em 2019; Zheng Feifei, vencedora da categoria acima de 86 kg em Dubai, com levantamento de 154 kg; e Xu Lili, prata na prova entre as halterofilistas de até 73 kg em Dubai, com 134 kg suportados.

Além disso, na avaliação do técnico Valdecir Lopes, o Brasil também deve estar atento às equipes da Ucrânia, Chile, Colômbia e México na busca pela medalha.

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“É uma competição muito boa, em que uma incentiva a outra. A gente fica muito unida. É uma prova que tem um lado emocional muito forte. Ficamos esperando o resultado da nossa amiga torcendo, sabendo que, acertar o movimento ou não, pode fazer a diferença para chegar à final”, afirmou a campeã paralímpica de Tóquio 2020 (até 73 kg) e mundial de Dubai 2023 (até 79 kg), Mariana D’Andrea, que tem baixa estatura.

Para a carioca Tayana Medeiros, competir por equipes, ao lado de outras atletas da Seleção, cria um contexto diferente em comparação à prova individual. “A responsabilidade é muito grande. Não jogo sozinha, jogo por outras duas pessoas que estão na mesma situação que a minha. Precisamos ser mais perfeitas, atentas e concentradas do que em nossa prova individual. Eu gosto de ver as três reunidas na mesma energia, emoção e empolgação. É um desafio de estarmos todas juntas, uma torcendo pela outra”, disse a atleta, que nasceu com artrogripose, doença que comprometeu o movimento de suas pernas.

“Fico muito feliz de fazer parte desse time com as meninas. É a competição que dá a maior tensão, é um dependendo do outro literalmente”, completou Lara Lima.

“Essa é uma prova em que ninguém pode errar. Caso alguém não consiga completar o levantamento, são muitos pontos a menos e a derrota é de toda a equipe”, explicou o treinador Valdecir.

O Brasil já conquistou duas medalhas por equipe na história dos Campeonatos Mundiais de halterofilismo, com o time misto. A primeira delas foi no Cazaquistão, com os paulistas Bruno Carra e Mariana D’Andrea e o baiano Evânio Rodrigues da Silva. A Seleção saiu com a mesma medalha em 2021, com o mineiro Mateus Assis Silva, o potiguar João Maria França Junior e a carioca Tayana Medeiros.

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Terça-feira

Nesta terça-feira, 29, o paraibano Ailton de Andrade Souza tentou por três vezes erguer 186 kg na disputa da categoria até 80 kg, mas não teve movimentos válidos. O pódio foi formado pelo iraniano Roohallah Rostami, que levantou 232 kg, pelo chinês Xiaofeei Gu, com 231 kg, e pelo iraquiano Rasool Mohsin, que suportou 226 kg.

“Meu objetivo era ter levantado aqui ao menos 186 kg para melhorar minha marca pessoal. A terceira tentativa seria de 196 kg para melhorar minha posição no ranking. Infelizmente, não aconteceu o que eu planejava. Preciso melhorar mais até os Jogos Parapan-Americanos [em Santiago, no Chile, em novembro] para conseguir a vaga para os Jogos Paralímpicos de Paris 2024”, afirmou Ailton, atualmente 13º no ranking do ciclo Paris 2024 com 180 kg erguidos.

Já o baiano Evânio Rodrigues da Silva, bronze  no Mundial da Cidade do México em 2017, suportou 196 kg em seu segundo levantamento e terminou a prova na oitava colocação. O primeiro colocado da prova foi o jordaniano Abdelkareem Khattab, com 251 kg, seguido pelo chinês Jixiong Ye, prata, após erguer 234kg. O bronze foi para o egípcio Mohamed Elelfat (222kg).

“Minha participação aqui não foi tão boa, senti dores no cotovelo e não competi tão bem. Mas estou confiante para pegar uma nova medalha de ouro no Parapan. Será meu terceiro e espero conseguir meu terceiro título”, afirmou Evânio, vencedor de Toronto 2015 e Lima 2019.

Seleção Brasileira em Dubai

A equipe brasileira adulta em Dubai supera em número a convocada para a edição anterior do Mundial, em Tbilisi, na Geórgia. Na competição passada, o Brasil contou com 18 atletas para as disputas na elite da modalidade.

Com as medalhas conquistadas em Dubai, o Brasil acumula sete pódios adultos em Campeonatos Mundiais, cinco deles em disputas individuais. Duas dessas conquistas são da paulista Mariana D’Andrea, sendo um ouro (Dubai 2023) e uma prata (Geórgia 2021). O país também possui três bronzes, com a mineira Lara Lima (Dubai 2023), o baiano Evânio Rodrigues da Silva (México 2017) e a paranaense Márcia Menezes (Dubai 2014).  Todos os medalhistas participam do Mundial de Dubai em 2023.

Além dessas medalhas, o país tem duas pratas com seu time misto, na Geórgia, em 2021, e no Cazaquistão, em 2019.

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Com seis atletas, Minas Gerais é o estado com o maior número de representantes no Mundial. Dentre os convocados, 11 vêm da região Sudeste, sete do Nordeste, três do Sul e dois do Norte.

A Seleção Brasileira é formada majoritariamente por mulheres. São 14, cerca de 61% do grupo, ante nove atletas masculinos. Além disso, a delegação conta com nove estreantes.

Confira a programação de brasileiros desta quarta-feira, 30 (horários de Brasília):

6h10
Time feminino – Grupo B

7h35
Semifinal

8h15
Disputa pelo terceiro lugar

8h35
Final

Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
A atleta Mariana D’Andrea é integrante do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 91 atletas.

Time São Paulo
A atleta Mariana D’Andrea é integrante do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 106 atletas de 14 modalidades.

Patrocínios
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial do halterofilismo.

Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro

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