Papa Francisco convida sacerdote LGBT para participar do Sínodo da Igreja
O Vaticano anunciou hoje a lista dos participantes da próxima assembleia do Sínodo dos Bispos, programada para ocorrer em outubro, e trouxe uma novidade histórica: pela primeira vez, mulheres e leigos terão direito a voto. Entre os participantes, destaca-se James Martin, um sacerdote jesuíta americano conhecido por sua proximidade com a comunidade LGBT e por ser o fundador do Outreach, um ministério dedicado a esse público.
O padre Martin, que atua como editor-chefe da revista America, tem sido um consultor do Dicastério para as Comunicações do Vaticano desde 2017. Sua nomeação para o Sínodo é considerada um marco significativo para a inclusão e diversidade dentro da Igreja Católica.
“É uma honra ser convidado pelo Santo Padre para participar do Sínodo”, afirmou o religioso. “Como jesuíta, estou comprometido com esse tipo de discernimento em grupo e espero descobrir o que o Espírito Santo reserva para o sínodo e para a igreja”, acrescentou.
Ao longo dos anos, o padre Martin tem trabalhado incansavelmente para tornar a igreja mais acolhedora para a comunidade LGBT, promovendo o diálogo, a compaixão e o respeito. Através do seu ministério, o Outreach, ele oferece recursos, notícias e ensaios voltados para católicos LGBT e suas famílias.
Autor de diversos livros, incluindo “Construindo uma Ponte: Como a Igreja Católica e a Comunidade LGBT Podem Estabelecer uma Relação de Respeito, Compaixão e Sensibilidade”, o padre Martin se tornou uma figura influente e respeitada no contexto da fé e da sexualidade.
O Sínodo dos Bispos, que ocorrerá em Roma, reunirá um total de 364 membros com direito a voto, incluindo 54 mulheres. Estima-se que o número total de participantes na assembleia seja de aproximadamente 400. O Papa Francisco, em uma decisão histórica, concedeu o direito de voto às mulheres e leigos eleitos, rompendo com a tradição anterior em que apenas os prelados tinham esse privilégio na decisão do documento final.
Além disso, entre os nove presidentes da assembleia, duas são mulheres: a religiosa mexicana María de los Dolores Palencia e a japonesa Momoko Nishimura. Essa inclusão demonstra um passo significativo para garantir uma maior representatividade feminina dentro da Igreja Católica.
O Sínodo, preparado ao longo dos últimos anos, terá duas reuniões em Roma, em outubro de 2023 e 2024. Espera-se que esse evento promova um diálogo aberto e franco sobre questões relevantes para a igreja e para a sociedade contemporânea.