Operação do Gaeco/MPRS cumpre mandados na Penitenciária Estadual de Rio Grande e prende agente penitenciário

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), desencadeou nesta quarta-feira, 5 de julho, a segunda fase da Operação Perg, dentro da Penitenciária Estadual de Rio Grande (Perg). A ofensiva, conduzida pelo coordenador dos Gaecos, André Dal Molin, e pelo promotor de Justiça do Gaeco – Núcleo Região Sul, Rogério Meirelles Caldas, tem apoio da Brigada Militar e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). A investigação teve participação da Delegacia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro.

O alvo é uma organização criminosa sediada em Rio Grande, voltada ao cometimento dos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. Os investigados – entre eles dois agentes penitenciários – também levavam celulares, drogas e dinheiro para dentro da casa prisional. Um dos agentes é ex-diretor da Perg e foi preso preventivamente durante o expediente. O grupo é um braço da facção que dominava o comércio de botijões de gás em Rio Grande .

DOIS PRESOS PREVENTIVAMENTE

Considerado o principal alvo da ofensiva, o agente penitenciário tinha papel de extrema importância dentro da organização. É um dos responsáveis pela entrada de materiais ilícitos na cadeia. O outro mandado de prisão foi cumprido contra um homem que já estava recolhido na Perg. Ele foi identificado como responsável por fazer os contatos e pagamentos aos agentes penitenciários que levavam materiais ilícitos para dentro da casa prisional. Somente entre julho e novembro de 2022, o apenado movimentou R$ 545 mil em uma de suas contas bancárias.

“Este preso arregimentava os agentes penitenciários e os colocava em contato com pessoas fora da cadeia. Em local determinado, geralmente no Cassino ou no Centro de Rio Grande, um membro do grupo em liberdade entregava para o agente materiais ilícitos, como drogas e celulares, dentro de pacotes. O policial penal, então, levava para dentro da Perg. Depois, o apenado pagava o agente com dinheiro em espécie ou por pix. Entre dezembro de 2018 e fevereiro de 2023, o ex-diretor da Perg movimentou em suas contas mais de R$ 7 milhões, o que é completamente incompatível com sua condição de servidor público sem outra fonte de renda lícita declarada”, conta Caldas.

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No mesmo período, o agente preso na operação recebeu de visitantes e apenados R$ 391.373,51 e utilizou sempre o mesmo caixa eletrônico para depositar para si R$ 379.228,00 em dinheiro. Essas movimentações na boca do caixa foram feitas durante o horário de trabalho ou logo após ele sair da penitenciária após o expediente.

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