Polícia indicia três pessoas e fabricante de molho de tomate com traços de fungos e ovos de parasita

Após investigação, a Polícia Civil finalizou suas apurações no último sábado sobre as denúncias feitas por consumidores em Viamão, região Metropolitana, envolvendo a presença de “corpos estranhos” em embalagens de molho de tomate da marca Fugini. Dois sócios e um funcionário responsável pelo controle técnico de qualidade do produto, juntamente com a própria empresa sediada em Morro Alto, São Paulo, foram indiciados por crime contra a relação de consumo.

Segundo informações da polícia, o Laboratório Central do Estado analisou amostras do molho tradicional da marca, coletadas em três supermercados distintos de Viamão. O laudo revelou que os fragmentos de insetos encontrados estavam dentro dos limites aceitáveis estabelecidos pela Anvisa, mas apontaram falhas nas boas práticas de produção. Além disso, o Laboratório de Patologia do Instituto Geral de Perícias (IPG/RS) constatou a presença de colônias de fungos e fragmentos de ovos de parasitas nas amostras do molho, que ainda estavam lacradas, aumentando assim o risco para a saúde alimentar.

Os peritos enfatizaram que, embora o risco de morte seja mínimo, o consumo de um produto contaminado desse tipo expõe os consumidores a toxinas que podem desencadear ou agravar reações alérgicas, além do risco de infestação parasitária.

No decorrer do inquérito, a Polícia ressaltou que o molho encontrado nas embalagens era impróprio para consumo, apesar de os responsáveis pela empresa negarem qualquer falha no processo de produção. A delegada Jeiselaure também destacou que as amostras tinham apresentações e lotes diferentes, mas todas eram fabricadas pela mesma empresa.

Além do indiciamento criminal, a empresa já havia recebido uma notificação administrativa no início da investigação, exigindo que tomassem as medidas necessárias, conforme determinado pelo Ministério Público e pelas autoridades de saúde.

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A delegada também recebeu relatos de casos ocorridos em outras cidades, como Porto Alegre, São Leopoldo, Sapiranga e Dois Irmãos, e suspeita que o número de embalagens irregulares pode estar subnotificado.

Em março, a Anvisa suspendeu a fabricação, comercialização, distribuição e uso de todos os alimentos da marca Fugini. Em comunicado, a empresa informou que passou por um processo de inspeção em uma de suas fábricas em Monte Alto e realizou as devidas alterações nos processos e procedimentos internos, conforme orientações, demonstrando prontidão para cumprir as exigências.

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