Candidato à presidência é preso após alegar fraude eleitoral no Paraguai

O candidato à presidência do Paraguai pelo partido Cruzada Nacional, Paraguayo Cubas, foi preso na noite desta sexta-feira (5), após liderar protestos contra o resultado de eleições presidenciais, com manifestantes alegando fraude. De acordo com o jornal ABC, ele é alvo de cinco acusações: perturbação da paz pública, ameaça de atos puníveis, tentativa de interrupção das eleições presidenciais, tentativa de coerção a órgãos constituicionais e resistência.

O ato ocorreu pela manhã nas ruas da capital Assunção. Cerca de 100 pessoas se reuniram em frente à sede do Tribunal Superior de Justiça Eleitoral paraguaio, em Assunção. Paraguayo Cubas ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais do último domingo. A alegação é que houve fraude eleitoral e, por isso, eles exigem uma recontagem de votos.

Cerca de 500 policiais foram destacados ao local para evitar depredações. Os agentes realizaram um bloqueio parcial na Avenida Eusebio Ayala para evitar congestionamentos e facilitar a atuação.

A polícia apreendeu vários porretes e pedaços de pau que estavam com os manifestantes. Até mesmo um arco e flecha foram apreendidos pelas forças policiais.

As eleições do último domingo consagraram Santiago Peña, candidato do governista Partido Colorado, que teve 43% dos votos. Sua vitória consolidou o poder da direita no Paraguai, dando força à legenda para renegociar o contrato do fornecimento de energia da Usina de Itaipu com o Brasil.

Peña derrotou Efraín Alegre, do Partido Liberal, que ficou em segundo lugar com 27% dos votos, à frente de Cubas.

Onda de protestos

O Paraguai se soma a uma série de países que enfrentaram protestos logo após suas eleições presidenciais, com apoiadores de candidatos derrotados alegando fraude eleitoral e pedindo recontagem de votos. No continente americano, soma-se aos Estados Unidos, que em janeiro de 2021 foi palco de uma violenta invasão ao Capitólio, sede do Poder Legislativo, por parte dos apoiadores do republicano Donald Trump, que concorria à reeleição.

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Em 8 de janeiro deste ano, foi a vez de o Brasil ser palco de violentos ataques contra os principais prédios dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, por parte dos eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que também concorria à reeleição.

Vanuccio Pimentel, doutor em ciência política, falou à CNN sobre a tensão no país. Ele, que já atuou como observador internacional da Organização dos Estados Americanos (OEA) no Paraguai, afirma que contestar o resultado das eleições é algo corriqueiro no País, mas que as movimentações desta sexta-feira fogem ao padrão histórico: “O questionamento às eleições democráticas, no contexto que a gente vive hoje, está conectado internacionalmente com uma estratégia da extrema-direita global, que é de questionar o funcionamento das instituições e tentar corroer as instituições por dentro”.

O internacionalista Rodrigo Reis, fundador do Instituto Global Attitude, segue o mesmo raciocínio: “É algo menos coordenado e sim mais uma tendência, uma ferramenta no arsenal da extrema-direita, muitas vezes, de tumultuar ou questionar esse processo”.

Com informações do Portal O Sul.

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