Padrasto é condenado a 85 anos de prisão pela morte da enteada em Bom Princípio
O padrasto responsável pelo estupro e assassinato de sua enteada em Bom Princípio foi condenado a 85 anos e 6 meses de prisão, além de pagar uma indenização de 20 mil reais para cada um dos pais da vítima. A sentença foi proferida pela juíza Priscila Anadon Carvalho com base na decisão dos sete jurados, após um longo julgamento no Fórum de São Sebastião do Caí.
O Ministério Público foi representado pela promotora de justiça Lara Guimarães Trein, enquanto a defesa esteve a cargo dos advogados Manoel Pedro Silveira Castanheira, Marco Alfredo Mejía e Cristian Eduardo da Costa. A promotora argumentou que o réu deveria ser condenado por homicídio quintuplamente qualificado, enquanto a defesa defendeu que a confissão do réu representasse uma redução de pena. Ao final do julgamento, a defesa renunciou ao caso, deixando aberta a possibilidade de recurso pela defensoria pública.
Durante o julgamento, testemunhas, incluindo o delegado, comandante dos bombeiros e policiais, foram chamados para depor. A mãe da vítima passou mal durante o interrogatório e precisou ser atendida pelos Bombeiros Voluntários Caienses. A sala do júri estava lotada, com a presença de familiares da vítima, incluindo pai e irmãos.
O crime bárbaro ocorreu dois anos atrás, em 4 de abril de 2021, quando a adolescente Jordana Tamires Christ Watthier, de 13 anos, foi violentada e morta por estrangulamento por seu padrasto, Elias dos Santos Silvestre, de 40 anos. Seu corpo foi encontrado na manhã do domingo de Páscoa, na localidade de Santa Teresinha, junto à margem do arroio Forromeco. Após o crime, o réu fugiu para São Sebastião do Caí e Montenegro, mas acabou se entregando à Brigada Militar cinco dias depois, em Teutônia.
Elias já tinha antecedentes por três crimes sexuais, sendo dois contra menores, de 14 e 15 anos, e um roubo, tendo sido condenado a 12 anos de prisão e estava em liberdade condicional. Durante o julgamento, foram lembrados os detalhes do crime, incluindo a tentativa de fuga da vítima durante o ataque do padrasto.
A promotora Lara Guimarães Trein destacou que a condenação foi exemplar e esperava ter trazido algum alívio à família da vítima.