A mulher de 73 anos, que não era vista por familiares há mais de 44 anos, disse que trabalhava de segunda a segunda no hotel de Garibaldi, onde foi encontrada na semana passada. Ela conversou com fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nesta quarta-feira (8), dando detalhes sobre os cerca de 30 anos em que viveu no estabelecimento, em um alojamento improvisado ao lado da lavanderia.
A investigação visa determinar se a idosa estava em condição de trabalho semelhante à escravidão. De acordo com o relato dela, o salário não passava de R$ 50 por semana.
A investigação continua, mas há fortes indícios de que ao menos será possível comprovar que o trabalho era degradante. A defesa do hotel alega que ela não estava no local para trabalhar, e sim como alguém da família.
A mulher informou que nunca teve problemas com os proprietários do hotel, mas que continuava morando no hotel porque continuaria trabalhando ali. Desde a semana passada ela voltou para Cachoeirinha, sua terra natal, onde está com familiares.
O que diz a defesa do hotel
O advogado Flávio Green Koff, que representa o Hotel Pieta, nega que a idosa tenha ficado em qualquer função no estabelecimento de Garibaldi nos últimos 23 anos. Koff confirma que a mulher foi desligada no ano 2000, mas que permaneceu lá como alguém da família, sem trabalhar, porque “não teria mais ninguém”.
Ainda de acordo com o advogado, a idosa tinha livre acesso ao hotel, tomava café da manhã lá e ganhava comida. Além disso, receberia dinheiro, quando pedia, para comprar outras coisas. Para Koff, a idosa está sendo, agora, induzida por outras pessoas visando um ganho financeiro:
Informações GZH e Agora no Vale
Foto: Polícia Civil