Ações emergenciais a serem realizadas em comunidades indígenas do norte do Rio Grande do Sul foram definidas em uma reunião realizada nesta quinta-feira (26/1). Participaram do encontro representantes das secretarias estaduais da Saúde (SES), de Assistência Social (SAS) e de Desenvolvimento Rural (SDR), da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde, prefeitos, lideranças indígenas e gestores de saúde.
A reunião decorreu da necessidade de atenção às populações indígenas do Polo Base Guarita, que tem apenas um médico contratado pela Sesai para atender cerca de 8 mil pessoas. A expectativa da Sesai é contar com quatro médicos até março, mas o ideal, segundo o próprio órgão federal, é que as populações indígenas contassem com nove médicos.
Atendimento às gestantes
Os prefeitos se comprometeram a garantir exames pré-natais e transporte para todas as gestantes indígenas. Em casos em que houver necessidade, será oferecido auxílio do Telessaúde, serviço da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Na avaliação da secretária da Saúde, Arita Bergmann, a reunião teve o objetivo de dar respostas concretas às demandas urgentes das comunidades indígenas. “Estamos aqui enquanto governo do Estado, na presença dos prefeitos e das lideranças indígenas, para ouvir as demandas e efetivamente contribuir com as soluções e atender às necessidades emergenciais da população da aldeia indígena”, garantiu a secretária.
Será realizada a avaliação de todas as gestantes indígenas com estratificação de risco, oferecendo atendimento no Hospital Santo Antônio, de Tenente Portela, e apoio do Telessaúde.
Cestas básicas e caixas d’água
Ainda como encaminhamento da reunião, haverá um levantamento das demandas emergenciais das comunidades indígenas relativas a cestas básicas e à instalação de caixas d’água, para que possam ser atendidas, respectivamente, pela Secretaria de Assistência Social e pela Secretaria de Desenvolvimento Rural. A compra emergencial de caixas d’água, e também de medicamentos, foi autorizada com recursos do Programa Estadual de Incentivos para Atenção Primária à Saúde (Piaps).
“Chamamos para nós a responsabilidade de forma emergencial, enquanto os demais órgãos responsáveis pelos serviços se organizam para atender às demandas das populações indígenas”, afirmou Arita.
Será realizada uma articulação com a Corsan e a Defesa Civil do RS para oferta de abastecimento de água e uma integração com a SDR para verificar a possibilidade de abertura de poços artesianos.
Conforme o cacique Joel Ribeiro de Freitas, as comunidades começarão imediatamente a levantar os dados de necessidades a serem encaminhados aos órgãos estaduais. “Ficamos muito gratos pela Secretaria da Saúde abrir as portas para nós e ouvir nossas necessidades”, falou.
Os dados levantados serão encaminhados pelas prefeituras até 1º de fevereiro. Uma equipe da Secretaria da Saúde deverá estar no Polo Base Guarita na segunda-feira (30/1) para iniciar a organização das ações emergenciais em saúde.
Além de Arita, estavam presentes na reunião o secretário de Assistência Social, Beto Fantinel, o diretor da SDR, Mauricio Neuhaus, os prefeitos Rosemar Sala, de Tenente Portela, e Denílson Machado da Silva, de Redentora, o cacique Joel Ribeiro de Freitas e a psicóloga indígena Priscila Goré Emílio, responsável pelo Polo Básico Guarita, da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).