Milhares de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) voltaram a ocupar as ruas em todo o Brasil neste sábado, 5, para protestar contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial do último dia 30, em manifestação parecida com a ocorrida no feriado de Finados, há três dias. Mais uma vez, os locais escolhidos para os protestos foram bases militares como o Comando Militar do Sudeste, em São Paulo (região do Ibirapuera), o Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro (praça Duque de Caxias), o Quartel General do Exército, em Brasília, além de tiros de guerra, brigadas militares, bases aéreas, quartéis etc. Vestidos de verde e amarelo, os manifestantes pedem “intervenção federal” por entenderem que o processo eleitoral deste ano não foi conduzido de maneira justa.
Os requisitos para intervenção federal estão no artigo 34 da Constituição: coibir grave comprometimento da ordem pública, manter a integridade nacional, repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra, garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes, reorganizar as finanças das unidades da Federação, prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial e assegurar a observância de princípios constitucionais sensíveis. Nesta nova onda de protestos, a imagem e o nome de Bolsonaro sumiram. Segundo manifestantes ouvidos pela TV Jovem Pan News, as palavras e as mensagens são cuidadosamente escolhidas para evitar “censura e cerceamento”.
“Não queremos levantar bandeira de partido, queremos mostrar nossa voz para mostrar que estamos insatisfeitos com o TSE e que não aceitamos o Lula voltar ao local do crime”, disse ao site da Jovem Pan a comerciante Sâmia Agostini, que participa do ato em São Paulo. Os manifestantes afirmam que não há nenhuma liderança central convocando esses protestos. De fato, nenhum político de direita fez convocação via redes sociais, como é comum em atos desse tipo, mas a Polícia Federal investiga para saber se há alguém agitando ou financiando esses atos em grupos de WhatsApp.
A tendência é que as manifestações aumentem de tamanho neste domingo, 5, com possibilidade de greve geral a partir de segunda-feira. Rodou nas redes sociais um comunicado pedindo para que os empresários fechem suas empresas, fábricas e comércios. Nos atos deste sábado e nas redes sociais, pulularam mensagens pedido para que a classe produtiva cruze os braços. O clamor por uma greve aumentou após os bloqueios organizados por caminhoneiros nas estradas se dissiparem.