Estudo inédito detalha ocorrências de desastres naturais no RS entre 2003 e 2021

Ao longo de 17 anos, entre 2003 e 2021, o Rio Grande do Sul registrou um total de 4.230 ocorrências de desastres naturais, conceito que abrange fenômenos extremos ou intensos, que causam danos que excedem a capacidade da comunidade atingida em conviver com o impacto provocado. Um estudo inédito produzido pelo governo estadual mostra que nos últimos quatro anos avaliados, de 2017 a 2021, 4,44 milhões de pessoas em 482 dos 497 municípios do Estado foram afetadas por estes eventos naturais, que englobam fenômenos como estiagens, alagamentos, inundações e chuvas intensas, entre outros. Os prejuízos econômicos contabilizados nesses eventos nos quatro anos foram estimados em R$ 22,9 bilhões, sendo 97,6% no setor privado e 2,3% do poder público.

Estes e outros dados estão presentes na publicação “Desastres Naturais no RS: estudo sobre as ocorrências no período 2003 – 2021”, uma produção do Departamento de Planejamento Governamental, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (Deplan/SPGG), divulgada em coletiva de imprensa realizada de forma virtual nesta terça-feira (22/11). O material, produzido a pedido da Defesa Civil do Estado, teve como base os dados do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD), do Ministério do Desenvolvimento Regional, e foi elaborado usando como referência a regionalização usada pela Defesa Civil, que divide o RS em nove Coordenadorias Regionais (CREPDECs).

Estiveram presentes na divulgação o titular da SPGG, Claudio Gastal, a secretária de Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, o coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, coronel Júlio César Rocha Lopes, o chefe da Divisão de Apoio Técnico da Defesa Civil, coronel Everton de Souza Dias, o subsecretário de Planejamento da SPGG, Antonio Cargnin, além da diretora do Deplan/SPGG, Carolina Scarparo, e os pesquisadores da SPGG Bruno Lemos e Luciana Mieres.

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“Para que uma política pública voltada à prevenção e à mitigação dos riscos de desastres naturais possa ser efetiva, é fundamental conhecer os fenômenos que podem levar à ocorrência de desastres e compreender como a ocorrência deste fenômeno se distribui no território. O estudo dá suporte para a elaboração destas políticas”, destacou o secretário Gastal.

Segundo Rocha, estudos como esse são extremamente importantes para mensurar os fatores e impactos causados por esses desastres, como também para entender quais as ações necessitam ser aprimoradas para fortalecer uma cultura de prevenção, assim potencializando a proximidade com os municípios mais afetados e com a população para que os danos causados pelos desastres naturais possam ser minimizados.

Sobre o estudo

No material, foram disponibilizados dados sobre os tipos de desastres naturais mais recorrentes registrados no Estado, com base no Atlas Brasileiro de Desastres Naturais, entre os quais os desastres hidrológicos (alagamentos, inundações e enxurradas), meteorológicos (tornados, granizos, chuvas intensas, vendavais, geadas e ciclones), desastres climatológicos (estiagens e secas) e os desastres geológicos (movimentos de massa, como, por exemplo, os deslizamentos).

Entre os registros mais comuns no período estão as estiagens e secas, caracterizados pela menor ocorrência de chuvas. Entre 2017 e 2021, 464 municípios do RS publicaram decretos sobre o assunto, em um total de 2.265 ocorrências que afetaram 1,91 milhão de pessoas direta ou indiretamente. As CREPDECs que mais apresentaram prejuízos por conta destes eventos foram as com sede em Santo Ângelo (CREPDEC 5), Santa Maria (CREPDEC 3), Uruguaiana (CREPDEC 6) e Frederico Westphalen (CREPDEC 7).

Outros registros de grande impacto material no RS foram os ligados a inundação e enxurradas. A primeira, que é quando a precipitação supera a capacidade de infiltração do solo, teve registos em 133 municípios; enquanto as enxurradas, caracterizada pelo grande volume de chuvas que afetam o escoamento dos rios e têm alto poder destrutivo,tiveram ocorrências em 324 municípios entre 2003 e 2021. Nestes casos, as coordenadorias da Defesa Civil mais atingidas foram as com sede em Uruguaiana (CREPDEC 6) e Lajeado (CREPDEC 8).

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Entre 2017 e 2021, o RS teve 73.769 pessoas afetadas diretamente por desastres, considerando mortos, feridos, enfermos, desabrigados, desalojados e desaparecidos. As coordenadorias mais afetadas foram a 1 (com sede em Porto Alegre), a 6 (com sede em Uruguaiana) e a 8 (com sede em Lajeado).

O material ficará disponível para acesso público no portal spgg.rs.gov.br/planejamento

• Outros dados do estudo:

– Entre 2003 e 2021, 444 municípios tiveram de 2 a 7 tipos diferentes de ocorrências de desastres.

– Entre 2017 e 2021, os meses com maiores números de ocorrências de desastres foram de junho a agosto e entre janeiro e fevereiro.

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