Nova Zelândia pretende taxar gases do gado; entenda

O governo da Nova Zelândia divulgou nesta terça-feira um plano para tributar os gases de efeito estufa naturalmente emitidos pelo gado, uma proposta controversa projetada para conter as mudanças climáticas, as informações são da Metsul.

A primeira-ministra Jacinda Ardern disse que seria o primeiro imposto desse tipo no mundo. Os gases emitidos naturalmente pelas 6,2 milhões de vacas da Nova Zelândia estão entre os principais problemas ambientais do país.

Jacinda Ardern afirmou aos repórteres que a proposta tornaria os agricultores da Nova Zelândia não apenas os melhores do mundo, mas também os melhores para o mundo. “Os agricultores da Nova Zelândia devem ser os primeiros no mundo a reduzir as emissões agrícolas, posicionando nosso maior mercado de exportação para a vantagem competitiva que traz um mundo cada vez mais exigente sobre a proveniência de seus alimentos”, disse.

Ardern declarou uma emergência climática no país em 2020. O novo plano tributário faria os fazendeiros pagarem pela poluição de seus animais, como o gás metano dos arrotos e peidos das vacas ou óxido nitroso na urina do gado. Ardern disse que era uma “proposta pragmática” para reduzir as emissões agrícolas e fortalecer a imagem de sustentabilidade dos produtos da Nova Zelândia.

O plano do governo é aprovar essa proposta no ano que vem e introduzir o imposto em três anos. O presidente do grupo de pecuaristas Federated Farmers, Andrew Hoggard, denunciou que esse programa “destruiria as pequenas cidades da Nova Zelândia”.

Pelo projeto, os preços dos gases de vida longa, como o dióxido de carbono, seriam fixados anualmente com base nos preços das emissões domésticas para outros setores, enquanto o preço do metano biogênico seria calculado com base no parecer da Comissão do Clima.

A proposta fornece incentivos financeiros para os agricultores usarem a tecnologia para limitar os arrotos de ovelhas e vacas, enquanto o dinheiro que os agricultores pagam por suas emissões será reinvestido no setor.

O governo local prometeu reduzir as emissões de gases de efeito estufa e tornar o país neutro em carbono até 2050. Parte desse plano inclui o compromisso de reduzir as emissões de metano de animais de fazenda em 10% até 2030 e em até 47% até 2050.

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