Ministério Público denuncia três policiais militares presos por envolvimento na morte do jovem Gabriel

Durante coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (5), o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) denunciou os três policiais militares presos por envolvimento na morte do jovem Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, em São Gabriel, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul.

O segundo-sargento Arleu Júnior Cardoso Jacobsen e os soldados Cléber Renato Ramos de Lima e Raul Veras Pedroso estão presos preventivamente no Presídio Militar de Porto Alegre. O trio foi denunciado tanto pela Justiça Comum quanto pela Promotoria de Justiça Militar.

O MP entendeu que o homicídio foi cometido com as qualificadoras de motivo fútil, meio cruel e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, conforme a Polícia Civil apontou no inquérito policial remetido ao órgão na última quinta-feira (1º). Eles também foram indiciados pela Corregedoria-Geral da Brigada Militar, na semana passada, por homicídio, ocultação de cadáver e falsidade ideológica – levando em conta que os envolvidos adulteraram o boletim de ocorrência sobre a abordagem.

De acordo com a promotora de Justiça Lisiane Veríssimo da Fonseca, o homicídio foi cometido por meio cruel e motivo fútil devido à forma e razão da abordagem policial, já que Gabriel teria sido agredido, e recurso que dificultou a defesa da vítima, pois o jovem foi levado na viatura dos policiais até o interior do município, local onde foi encontrado morto.

Na Justiça Comum, tramita somente o crime de homicídio doloso triplamente qualificado. Já na esfera da Justiça Militar, ficou clara a prática dos crimes de ocultação de cadáver e falsidade ideológica.

O laudo da necropsia concluiu que Gabriel morreu em decorrência de hemorragia interna após ser atingido por um golpe de objeto contundente na coluna cervical. O jovem também tinha sinais de agressão na cabeça. A perícia identificou que ele já estava morto quando foi deixado no açude. O Instituto-Geral de Perícias (IGP) também constatou que o corpo ficou na água por cinco dias.

Gabriel desapareceu no dia 12 de agosto, quando foi visto pela última vez sendo colocado dentro de uma viatura da BM após abordagem no bairro Independência, no município da Fronteira Oeste. O corpo do jovem foi encontrado submerso em um açude, uma semana depois, na localidade de Lava Pé, na zona rural de São Gabriel.

Se o Judiciário aceitar a denúncia do MPRS, os suspeitos se tornam réus e serão julgados pela Justiça Comum, embora a Justiça Militar também tenha oferecido denúncia por homicídio.

A coletiva de imprensa ocorreu na sede do MPRS, na Avenida Aureliano de Figueiredo Pinto, em Porto Alegre.

Informações Blog do Juares.

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