Cratera de asteroide que teria ajudado na extinção dos dinossauros é encontrada

Uma possível cratera descoberta na costa da África Ocidental pode ter sido formada por um asteroide “gêmeo” daquele que causou a extinção dos dinossauros. Agora, os cientistas querem confirmar a origem e a idade da nova cratera, batizada de Nadir.

Nadir está abaixo de 900 metros de água e 400 m de sedimentos. Ela foi detectada em reconstruções do leito oceânico feitas com ondas sísmicas e os dados coletados sugerem que ela teria uma idade bem próxima da cratera de Chicxulub — aquela do asteroide gigante que eliminou os dinossauros.

Além disso, o local é relativamente próximo do impacto de Chicxulub, então os cientistas desconfiam que ambas teriam alguma relação. Uma das hipóteses é que o asteroide se partiu antes de entrar na atmosfera terrestre e seus pedaços atingiram locais diferentes do nosso planeta.

Essa descoberta foi feita por meio dos dados sísmicos adquiridos pelos equipamentos de um navio. O objetivo inicial do estudo, conduzido pelo geólogo Uisdean Nicholson, da Universidade Heriot Watt do Reino Unido, era estudar as atividades tectônicas que separaram a América do Sul e a África, há 100 milhões de anos.

Contudo, para a surpresa dos pesquisadores, apareceram evidências de uma cratera a 400 km da costa da Guiné e Guiné-Bissau. Se foi mesmo causada por um asteroide (algo que ainda deve ser confirmado com amostras do local), ele teria 400 m de largura e o impacto teria liberado energfia equivalente a 5.000 megatons de TNT.

Isso seria o suficiente para produzir uma bola de fogo de 10 km de largura, vaporizando instantaneamente uma enorme quantidade de água e rocha e causando terremotos e maremotos, além de deslizamentos de terra submarinos.

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As ondas que atingiram a costa da África Ocidental podem ter chegado a 100 km de altura. Além disso, a costa da América do Sul teria sofrido com tsunamis de até 5 metros de altura.O buraco resultante é aproximadamente circular e mede cerca de 8,5 km de diâmetro.

Na borda da cratera, há sinais de falha e deformação de rochas, enquanto no fundo do buraco camadas de rocha se elevavam acima de seus arredores. Essa elevação acontece quando impactos agem com pressão alta o suficiente para forçar os grãos na rocha a agir como um fluido, de acordo com Nicholson.

Seria o asteroide irmão daquele que matou os dinossauros?
Com base nas camadas de rocha dentro e ao redor da cratera, Nicholson e sua equipe estimam que ela tenha cerca de 66 milhões de anos, o que a deixa muito perto da idade do impacto que criou a cratera de Chicxulub. O asteroide que extinguiu os dinossauros teria cerca de 10 km de diâmetro – 25 vezes maior que o de Nadir.

Ainda não se sabe se os dois eventos estão relacionados — até porque não foi confirmado se Nadir é mesmo uma cratera de impacto. Além disso, os dados sísmicos não são muito confiáveis na tarefa de confirmar a origem e a idade da cratera.

Para obter detalhes mais preciso sobre a cratera Nadir, os cientistas teriam que perfurar o fundo da cratera e extrair amostras de rochas, e se possível alguns fragmentos do meteorito. Nicholson e sua equipe enviaram uma proposta de perfuração ao International Ocean Discovery Program, mas não há garantias de que seja aprovado.

Iniciativas de perfuração submarina são complicadas e caras — nem mesmo a cratera de Chicxulub foi alvo de muitos estudos. Durante 30 anos após sua descoberta, houve apenas duas expedições de perfuração. Mesmo que a expedição em Nadir seja aprovada, pode levar alguns anos para acontecer.

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Fonte: ScienceAdvanced; via: LiveScience

Fonte: Terra/Canaltech

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