A partir de janeiro de 2023, só podem assumir como patrões ou patroas de entidades filiadas ao Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) quem possuir o Curso de Formação Tradicionalista (Cfor), nas modalidades “básico” ou “patronagem”. O custo da inscrição é R$ 100 e, para atender a demanda, o MTG criou equipes de palestrantes que estão percorrendo o estado para ministrar as aulas.
A medida foi aprovada em convenção realizada no mês de novembro de 2021, da qual participam, majoritariamente, coordenadores regionais e conselheiros. E tem gerado críticas especialmente pelo custo e por se tornar supostamente um limitador a pessoas interessadas a assumir o comando das entidades. É o que pensa, por exemplo, o vice-patrão do CTG Sepé Tiaraju, de São Lourenço do Sul, Paulo César Damé Ribeiro.
“Nossa entidade teve eleição em novembro, mas só conseguimos formar a chapa em abril. Ninguém queria assumir. Se assim está difícil arranjar alguém que queira trabalhar e se entregar para a entidade, imagina com essa medida?”, ele pergunta.
Patrão do CTG Espora de Prata, de Ibarama, João Alberto Bernardi concorda. “Estamos fazendo campanhas para atrair pessoas para as entidades e permitir a retomada. Isso aí para mim é mais um entrave e vai para um lado em que muitos patrões vão desistir”, lamenta Bernardi.
Mas há quem defenda a norma. Patrão do CTG Ginetes da Tradição, de Caxias do Sul, Oiran Gomes diz que frequentou o “Cfor patronagem” no ano passado e que considera o curso importante. “Ele proporciona a oportunidade para sabermos como montar uma patronagem e como funciona na prática uma entidade tradicionalista, seus deveres, direitos e obrigações, especialmente fiscais”, argumenta.
Em nota, o MTG defende a obrigatoriedade do treinamento. “A exigência visa a melhoria. Somente neste ano foram oferecidos 12 cursos presenciais e dois online. O Cfor é uma oportunidade ímpar para o aprendizado, especialmente para quem administra uma entidade com responsabilidade fiscal e jurídica”, afirma a nota.
Fonte: G1