O Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou o policial penal Jorge Guaranho, que matou a tiros o tesoureiro do PT Marcelo Arruda, nesta quarta-feira (20). A denúncia é por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e perigo comum.
O MP diz que o acusado agiu por motivação fútil decorrentes de “preferências político-partidárias antagônicas”. Aém disso, diz que Guaranho colocou a vida de mais pessoas em risco ao efetuar os disparos no salão de festas.
A denúncia foi apresentada em coletiva de imprensa pelos promotores de Justiça Tiago Lisboa e Luís Marcelo Mafra Bernardes da Silva. Como o acusado está preso, o prazo legal para o oferecimento da denúncia, de cinco dias, encerra nesta quarta.
Relembre o caso
Um homem foi morto a tiros na madrugada do domingo (10) em Foz do Iguaçu (PR). O guarda municipal celebrava seu aniversário de 50 anos com uma festa no tema do Partido dos Trabalhadores (PT).
A polícia informou que um homem identificado como Jorge José da Rocha Guaranho, invadiu a festa armado. Ele teria feito diversas ameaças aos convidados e usado as palavras “mito” e “Bolsonaro” enquanto seguia aos gritos.
Guaranho é policial penitenciário federal e era apoiador declarado do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). Ele invadiu a festa por volta das 23h e logo em seguida das ameaças, voltou e atirou contra o guarda municipal, que revidou.
Marcelo Arruda morreu no local. Já Guaranho foi atingido por três tiros e encaminhado para o hospital em estado grave.
O guarda municipal cantou “parabéns pra você” e assoprou as velinhas de 50 anos, pouco tempo antes de ser baleado. Ele deixou a esposa e dois filhos.
De acordo com as testemunhas, o Guaranho teria invadido a festa, ameaçado os convidados e retirado após a esposa de Arruda pedir que ele saísse do local. Quando ele retornou houve a troca de tiros.
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O ex-presidente Lula divulgou uma nota falando sobre o ocorrido: “Nosso companheiro Marcelo Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos com sua família e amigos, em paz, em Foz do Iguaçu. Filiado ao Partido dos Trabalhadores, sua festa de aniversário tinha como tema o PT e a esperança no futuro; com a alegria de um pai que acabou de ter mais uma filha. Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia ainda maior. Duas famílias perderam seus pais. Filhos ficaram órfãos, inclusive os do agressor”.
O presidente Bolsonaro também se manifestou em relação ao caso no Twitter, durante a noite do domingo (10). “Que as autoridades apurem seriamente o ocorrido e tomem todas as providências cabíveis”.
“Dispensamos qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores. A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos”, acrescentou o atual presidente, replicando uma declaração dada por ele em outubro de 2018.
“É o lado de lá que dá facada, que cospe, que destrói patrimônio, que solta rojão em cinegrafista, que protege terroristas internacionais, que desumaniza pessoas com rótulos e pede fogo nelas, que invade fazendas e mata animais, que empurra um senhor num caminhão em movimento”, disse Bolsonaro, após o PT apontar o discurso do presidente como causa da intolerância política em Foz do Iguaçu.
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