O vídeo que flagrou o estupro cometido pelo anestesista Giovanni Quintella durante um parto realizado no último dia 11 de julho indica que o abuso praticado por ele teria começado apenas 50 segundos após o marido da vítima deixar a sala onde aconteceu o parto. A informação consta no inquérito finalizado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Com a conclusão do inquérito, Giovanni será indiciado por estupro de vulnerável, e a apuração será enviada ao Ministério Público. Entre outros pontos descritos na investigação policial estão o fato de que o vídeo de 1 hora, 36 minutos e 20 segundos de duração, gravado pelo telefone de uma enfermeira, está íntegro e sem edições.
Além disso, a polícia detectou que, durante o crime, o médico aplicou sete vezes um medicamento, que possivelmente seria sedativo, na vítima. O laudo médico-hospitalar no material usado pelo médico para se limpar deu negativo para a presença de sêmen. No entanto, o inquérito ressalta que como o material passou por vários recipientes, não foi possível garantir a integridade.
Ao todo, 19 pessoas foram ouvidas no inquérito, incluindo o anestesista, a vítima, o marido, o corpo técnico/médico e policiais. Além do ocorrido que foi gravado pela equipe de enfermagem, a Polícia Civil investiga mais de 40 possíveis casos de estupro de pacientes de Giovanni Quintella.
O número representa o total de procedimentos cirúrgicos que contaram com a participação do anestesista. Apenas no Hospital da Mãe, em Mesquita, o médico participou de 44 cirurgias. Antes mesmo do fim do inquérito, o Ministério Público denunciou o médico à Justiça, que o tornou réu. Além da condenação, o MP pediu uma indenização em favor da vítima.