Nesta quinta-feira, 23 de junho, as Polícias Civis de Goiás e do Rio Grande do Sul deflagraram uma operação conjunta, Operação Sem Fronteiras, com o objetivo de desarticular uma associação criminosa que, durante os meses de janeiro, fevereiro e março do corrente ano, extorquiu um morador da cidade de Rio Verde/GO, através das redes sociais, tendo a vítima repassado a tal associação a importância aproximada de meio milhão de reais, em razão das extorsões sofridas.
Com a operação, foram presos 5 (cinco) investigados, sendo cumpridas ainda doze medidas cautelares de busca e apreensão. Foram realizadas buscas e prisoes na regiao metropolitana de Porto Alegre, especificamente nas cidades de Novo Hamburgo, Taquara e São Leopoldo. Algumas buscas foram feitas inclusive em presídios da região metropolitana da capital em Novo Hamburgo, Charqueadas e Montenegro.
Participaram da ação cinquenta policiais civis.
A operação foi deflagrada pela Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos de Rio Verde/GO, coordenada pelo Delegado Caio Martines e Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudadores – DRCID/DEIC/RS, coordenada pelo Delegado André Anicet, e contou com o apoio operacional das delegacias de polícia de Novo Hamburgo, Taquara, São Leopoldo Igrejinha e Nova Santa Rita.
ENTENDA O CASO:
Nos início deste ano, a vítima, um homem de aproximadamente 30 anos de idade, que reside em Rio Verde, cidade situada no sudoeste de Goiás, iniciou contato com um perfil na rede social “Instagram” de uma jovem e bela garota. A conversa entre os dois ganhou cunho sexual e, então, um criminoso, se passando pelo suposto pai dessa garota, afirmou à vítima que a menina em questão era menor de idade e que aquelas conversas causaram a ela severos constrangimentos. Simulou-se a necessidade de tratamento psiquiátrico da menor e até mesmo o seu suicídio. Assim, exigiu-se da vítima uma compensação financeira para se reparar, material e moralmente, tais danos.
Em seguida, supostos advogados e autoridades públicas, falsos delegados de polícia e conselheiros tutelares, entraram em contato com a vítima, informando-lhe que ela havia cometido ilícitos penais em razão das conversas de natureza sexual com a garota. Sob tal argumento, as pseudo autoridades, fingindo serem agentes públicos corruptos e fazendo a vítima crer que havia cometido ilícitos penais relacionados à pedofilia, exigiram quantias dela, para que ela não sofresse sanções criminais.
Foram reiteradas as quantias extorquidas, sendo elas sempre precedidas de uma nova ameaça de punição legal, o que culminou no prejuízo de aproximadamente meio milhão de reais para a vítima.
As investigações agora seguem com o objetivo de se identificar novos envolvidos na prática delitiva e também se localizar o proveito do crime, de maneira a se viabilizar o ressarcimento a vítima.
A operação foi chamada de “Sem Fronteiras”, pois as associações criminosas que atuam, como a que é alvo da presente investigação, vitimam pessoas de diversos entes federativos.