Está em curso uma nova crise na Flórida. Mas não tem nada a ver com inflação ou desemprego, mas sim com as iguanas. Há vários anos, exemplares da espécie estão se reproduzindo aceleradamente no sul do Estado, e autoridades já começaram uma politica de tolerância zero com os répteis, que se espalham sem controle.
Apesar de ser considerada totalmente inofensiva para humanos, além de um exótico e apreciado animal de estimação, a iguana é considerada invasora na região.
Tudo começou na década de 1960, quando um vendedor de animais exóticos trouxe 300 exemplares de iguana-verde (Iguana iguana) da América do Sul e os liberou em Miami.
Sem predadores, as iguanas se multiplicaram. Ajuda o fato das fêmeas serem bastante férteis e colocarem até 76 ovos, em buracos escavados em calçadas ou regiões rurais. Nunca é demais lembrar que esses animais chegam a 2 m.
Elas são vistas em todos os lugares no Estado
Hoje, é comum encontrar iguanas nadando em canais, andando em calçadas, morando em vasos sanitários e até caindo de árvores em épocas frias. Ao contrário da maioria dos outros répteis, elas não são vistas correndo — ficam paradas a maior parte do tempo, para economizar energia.
Elas também destroem construções ao escavar por baixo delas, devoram colheitas e atrapalham a locomoção em diversas regiões. Também defecam aos montes. Alguns sites da região chamam a situação de “Crise da Iguana”.
A crise, aos poucos, toma formas de guerra. A Comissão de Conservação de Peixes e Vida Selvagem da Flórida autorizou a caça ao animal, sem restrições.
Alguns caçadores, como o campeão Mike Kimmel, matam até 90 iguanas num dia favorável. Para não perder viagem, ele também costuma matar outras espécies invasoras da região, como lagartos-monitores, gansos-do-egito e patos-almiscarados (este é nativo do Brasil, inclusive).
Mas, além de caçadores profissionais, o Estado permitiu também que todos matem iguanas em seus próprios terrenos.
Como quase todas as espécies invasoras na Austrália e na própria Flórida, é possível que algum tipo de equilíbrio seja encontrado. Ou, ao menos, que as iguanas representem uma ameaça menos assustadora para espécies nativas em perigo.
Mas, por enquanto, a caça deve estar apenas começando.