O soldado russo Vadim Shishimarin, de 21 anos, primeiro militar acusado de crimes de guerra na Ucrânia, foi condenado à prisão perpétua nesta segunda-feira (23) pela Justiça ucraniana.
Shishimarin admitiu ter matado a tiros o civil Oleksandr Shelipov, de 62 anos. A vítima estava desarmada em uma estrada, andando de bicicleta e falando ao telefone. O crime ocorreu em fevereiro na região de Sumy, Norte da Ucrânia.
O julgamento começou no dia 13, com uma audiência preliminar, e foi retomado no dia 18. Na manhã seguinte, a promotoria já havia defendido que o militar deveria receber pena máxima. Durante audiência na quinta-feira (19), o russo pediu perdão à viúva da vítima, Kateryna Shelipova.
“Reconheço minha culpa. Peço que me perdoe, mas eu entendo que você não será capaz de me perdoar”, disse Shishimarin à mulher de 62 anos.
Durante depoimento no mesmo dia, Shelipova contou que ouviu os tiros do seu quintal, chamou pelo marido e viu Shishimarin com uma arma. O soldado ficou de cabeça baixa enquanto ela falava.
“Diga-me, por favor, por que vocês [russos] vieram aqui? Para nos proteger? Proteger-nos de quem? Você me protegeu do meu marido, a quem você matou?”, questionou a mulher ao soldado. “Eu corri para o meu marido, ele já estava morto. Tiro na cabeça. Eu gritei, gritei muito”, acrescentou.
A Rússia nega que suas tropas tenham atacado civis durante a invasão, enquanto a Ucrânia diz que mais de 11 mil crimes de guerra podem ter ocorrido desde o início do conflito.
O russo declarou no tribunal que atirou na vítima quando ele e outros soldados russos estavam em retirada. Shishimarin afirmou que outro militar russo que viajava no mesmo carro em que ele estava pediu para que atirasse.
“Começou a falar em tom contundente que eu deveria atirar. Ele disse que, se não fizesse, poderia ser perigoso. Atirei a curta distância e o matei”, afirmou.
Informações O Sul.