O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes é lembrado anualmente no dia 18 de maio, quarta-feira. O “Maio Laranja” também foi criado pensando nesta causa. A assistente social do Centro de Referência de Assistência Social (CREAS), Sandrine Glaeser Gregol, afirma que é uma data importante para pensar nas formas de prevenção e entender melhor do que se trata o abuso e a exploração sexual.
Primeiramente, ela diferencia os dois. O abuso sexual é qualquer forma de contato sexual com uma criança ou adolescente. Destaca-se que uma criança ou adolescente não tem condições de escolher, ou seja, dizer que sim para um ato sexual, por isso que se chama abuso sexual. O abuso não é somente nas situações que envolvem penetração, mas sim qualquer outra interação sexual. Existe também a exploração sexual, menos abordada, mas que, segundo Sandrine, ocorre, infelizmente, com frequência. Isso acontece quando também há alguma forma de troca financeira ou de outro tipo pela situação de abuso e, até mesmo, nas situações de pornografia infantil.
Ações
É desenvolvido um trabalho constante em Veranópolis com a rede de serviços e escolas. Durante o mês de maio, sempre é realizada alguma ação, a fim de enfatizar o tema. Nesse ano, será o Espetáculo “Memórias de Nina”. A apresentação será focada em escolas e na segunda-feira (23), aberto ao público na Casa da Cultura, às 14h, para público maior de 12 anos.
Realidade e como denunciar
Acerca do cenário que envolve o abuso sexual de crianças e adolescentes em Veranópolis, a assistente social afirma que é um tema pouco abordado, pois muitas pessoas têm receio. De modo que os casos notificados são muito inferiores aos que acontecem.
“Normalmente o abuso envolve pessoas que são do convívio da família. Às vezes pensamos que são em situações que envolvem um estranho, temos uma visão equivocada da realidade do abuso sexual. Por vezes, as situações são minimizadas por conta disso. Qualquer ato, passar a mão, mostrar algum conteúdo sexual para uma criança é considerado abuso”, afirma.
O primeiro canal de denúncias é o Disque 100, um serviço nacional. O outro é o próprio conselho tutelar. Algumas vezes denúncias são feitas na delegacia, durante serviços de atendimento ou até mesmo na escola, local onde crianças e adolescentes se sentem confortáveis para expor certas situações.
Sandrine ressalta que uma denúncia não significa que precisa ter certeza que o abuso está acontecendo. Ao observar qualquer sinal ou ter qualquer desconfiança é dever de todo o cidadão denunciar, assim, protegendo crianças e adolescentes.